04/11/2011

OS PROFETAS maiores

Contém os livros:

                             1- PROFETA ISAÍAS -    11 páginas

                             2- CONSOLAÇÃO ( ISAÍAS) -    16 páginas

                             3- PROFETA JEREMIAS -    12 páginas

                             4- LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS -   1 página

                            5- PROFETA BARUC -    2 páginas

                            6- PROFETA EZEQUIEL  -    9 páginas

                            7- PROFETA DANIEL -     8 páginas

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VERSÃO DO LIVRO DE ISAÍAS

Visão geral – Profecias de Isaías nos reinados de Ozias, Joatão, Acaz e Ezequias, em Judá, quando a Assíria invadiu Israel (reino do norte), e parte de Judá (reino do sul), e tentou invadir Jerusalém, o que só aconteceu anos depois, no reinado de Sedecias.

Is 1- O homem não entende o porquê da vida.
a) Diz o Senhor: Eu criei filhos, e os eduquei. Porém eles se revoltaram contra mim. O boi conhece seu dono, e o asno seu estábulo, mas Israel não conhece nada, nem tem entendimento.

b) Diz o Senhor: De que me serve suas vítimas? Estou farto de holocaustos de cordeiros, e da gordura de novilhos, não quero sangue de touro nem de bodes. O que eu quero é que parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem, e respeitem o direito. E o direito é proteger o oprimido, fazer justiça ao órfão, e à viúva.

c) Como se prostituiu a cidade fiel, Sião (Jerusalém)! A justiça habitava nela, e agora são os homicidas. Seus príncipes são rebeldes, cúmplices de ladrões. Todos eles amam as propinas, e andam atrás do proveito próprio.

Is 2- O homem é mau.
a) Sua terra está cheia de tesouros sem fim, de cavalos e carros de guerra. Mas também está cheia de imagens, e ídolos, e os homens se rendem a eles, que são obras das suas mãos.
b) A soberba dos mortais será abatida, e seu orgulho será humilhado. Então só o Senhor será exaltado, porque ele terá um dia para punir o orgulhoso, o arrogante, e aquele que se exalta.

Is 3- a) A liberalidade. 
Eis que Javé, Deus dos exércitos, vai tirar de Jerusalém todo sustento, o pão e a água. Por príncipes lhes dará meninos, e os adolescentes governarão o povo. As pessoas irão se maltratar, e cada um vai atormentar seu próximo. O jovem insultará o velho, e o vilão o nobre. Jerusalém se arruinará, pois suas ações são contra o Senhor, e desafiam a majestade de Deus. São parciais nos julgamentos, ostentam os pecados em vez de corrigi-los. Ai deles, porque se prejudicam. Feliz o justo, para ele o bem, ele comerá o fruto de suas obras. Ai do ímpio, para ele o mal, ele sofrerá por suas obras.

b) A política.
O povo é oprimido por tiranos caprichosos, e é refém dos cobradores de impostos. Seus guias destroem o caminho que ele deve passar, mas o Senhor vai julgar os anciãos e os juízes, e dizer-lhes: ‘Vocês devoraram a vinha, e pegaram a parte do pobre’.

c) A sociedade.
Diz o Senhor: Como é pretensiosa a filha de Sião (Jerusalém) anda com 'o nariz empinado', e faz sinais com os olhos. Caminha com passo afetado retinindo argolas nos tornozelos. Por isso seus homens, e seus bravos morrerão pela espada.

Is 4- Naquele tempo. Sete mulheres disputarão um homem, e o sustentarão apenas para ter o nome dele, porque os homens morrerão. Mas quando o Senhor purificar Jerusalém, e se estabelecer em Sião, ela será refúgio e abrigo para todos.

Is 5- a) Ai daqueles... que adquirem casas e campos, pois só existirão eles. Dos que bebem de manhã à noite, amam a música, e não têm tempo para o Senhor. Dos que arrastam a correção com as cordas da indisciplina. Dos que chamam mal de bem, e bem de mal. Dos que são sábios aos seus olhos, e julgam pensando em si. Dos que são bravos quando bebem vinho, e sua coragem é misturar licores. Dos que por um presente absolvem o culpado, e negam a justiça a quem tem direito.

b) Parábola da vinha.
Um homem tinha uma vinha numa terra fértil. Plantou mudas escolhidas, e esperava boa colheita, mas ela só produziu uvas secas. Então sejam juízes entre o homem e sua vinha. A vinha do Senhor é Israel, e Judá é sua uva predileta. O Senhor esperou deles a prática da justiça, e eles cometeram homicídios. Esperou a retidão, e ouviu gritos de socorro.

c) O Senhor levanta uma bandeira, e chama uma nação de longe (a Assíria) para invadir, e castigar Israel. Assobia para fazê-la vir dos confins da terra, ela é ágil, e vem depressa. Ninguém se arrasta, nem tropeça; ninguém dorme, nem cochila; ninguém folga a cinta, nem a correia dos sapatos.

Is 6- Isaías escolhido como profeta.
Vi o Senhor sentado num trono muito elevado, no templo. Os serafins se mantinham junto dele e diziam: ‘Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória!’ Porém um serafim voou em minha direção, aplicou uma brasa em minha boca, e disse: ‘Como a brasa tocou seus lábios, seu pecado foi tirado’. E o Senhor disse: ‘Este povo escuta, mas não compreende; olha, mas não vê’. Obceca seu coração, para que não compreenda nada com seu espírito, e não se cure mais.

Is 7- Oráculos no tempo do rei Acaz (ano 735aC).
a) A Síria faz acordo com Efraim (Israel) para invadir Judá, mas o Senhor não permitiu.

b) Profecia da vinda do Messias, numa advertência a Acaz: Diz o Senhor: ‘Não basta cansar a paciência dos homens? Pretendem me cansar também? Por isso, o Senhor lhes dará um sinal, uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele chamará ‘Deus Conosco’. Ele será nutrido com manteiga e mel até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem.
Isto ocorrerá depois que forem destruídos os dois reis (Síria e Efraim)’.

Is 8- Oráculos no tempo da invasão assíria.
a) Profecia que a Assíria invadirá a Síria, Israel e Judá.

b) O temor a Deus.
O Senhor diz: Não chame conspiração só porque o povo diz que é. Não se assuste. Conspirador é o Senhor, é ele que você deve temer, pois ele será a pedra de escândalo e de tropeço para as duas casas de Israel, o laço e a cilada para o povo de Jerusalém. Andarão errantes pela terra, fatigados e esfomeados, amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus, só verão misérias, escuridão e trevas.

c) No passado Deus humilhou a terra de Zabulon e Neftali, mas no futuro a cobrirá de honras. (Nota. Estas terras foram invadidas e colonizadas pela Assíria. Por isso mais tarde a região passou a se chamar Galiléia  - que significa mistura de povos).

Is 9- Profecia do Messias e seu reino.
O povo (da Galiléia) que andava nas trevas viu uma grande luz. Brilhou uma luz sobre os que viviam numa região dominada, porque será libertada. O jugo que pesa sobre eles, a coleira de seu ombro e a vara do feitor foram quebrados. Um menino nasceu, um filho lhes foi dado, e a soberania repousa sobre seus ombros. Ele se chamará: Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Seu império será grande, e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre.

Is 10- Contra as autoridades, diz o Senhor:
a) Ai dos que fazem leis injustas, dos que dá sentenças opressivas, dos que afastam os pobres dos tribunais, e negam direitos ao povo.

b) Ai da Assíria. Usei-a como uma vara para castigar e pilhar Israel, uma nação ímpia, mas ela quer exterminá-los. Depois que concluir sua missão tratarei dela. Punirei a língua orgulhosa e os olhares insolentes do rei da Assíria, porque não me respeitou, como se a vara pudesse agitar o braço que a maneja, e o bastão pudesse mover o braço que o segura.

c) Profecia da libertação de Israel, da Assíria.
Naquele tempo, parte de Israel deixará de seguir a Assíria para me seguir, diz o Senhor. E acabará o meu ressentimento contra eles, então expulsarei os assírios, e libertarei Israel. Mesmo assim, entre muitos, só alguns voltarão para o seu Deus.

Is 11- Nova profecia sobre o Messias.
Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele pousará o Espírito de Deus, espírito de sabedoria e de entendimento, de prudência e de coragem, de ciência e de temor ao Senhor. Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouviu dizer.

Is 12- Cântico de libertação.
Eis o Deus que me salva, tenho confiança, e nada temo, porque a minha força e meu canto é o Senhor, e ele me salvou. Louve o Senhor, invoque o seu nome, divulgue suas obras entre os povos, e proclame que seu nome é sublime. Cante ao Senhor, porque ele fez maravilhas. Exulte de gozo e alegria, habitantes de Sião, porque o Santo de Israel é grande em seu meio.

Is 13- Oráculo da queda da Babilônia.

Is 14- Oráculo para a morte do rei da Babilônia.
Como? Não existe mais o tirano! Acabou a tormenta! O Senhor quebrou o bastão do perverso, e o cetro do opressor. Ele feria os povos com fúria, e governava as nações com brutalidade. Toda a terra agora conhece o descanso e a paz, todos exultam em cantos de alegria. Todos tomam a palavra para dizer que finalmente ficou como nós, que sua majestade desceu à morada dos mortos. Então! Caiu do céu, astro brilhante (Lúcifer), filho da aurora. Então! Foi abatido por terra aquele que dobrava as nações! Ele que dizia: ‘Escalarei os céus e colocarei meu trono acima das estrelas. Subirei acima das nuvens mais altas, e me tornarei igual ao Altíssimo’.

Is 15 e 16- Oráculo contra Moab.

Is 17- Oráculo contra Damasco – As cidades ficarão desertas, pois seus habitantes serão escravizados, porque se esqueceram que o Senhor é que salva, e é sua fortaleza. Mas quando voltarem o olhar para o seu criador deixarão os ídolos que fizeram.

Is 18- Oráculo contra a Etiópia - A Etiópia fará oferendas ao Senhor, sobre o Monte Sião.

Is 19- Oráculo de que Judá conquistará parte do Egito.
Egito, onde estão os seus sábios? Que eles digam qual deve ser o seu rumo, pois os príncipes perderam a razão, e estão iludidos; e os chefes se descaminham. Isso porque o Senhor difundiu entre eles um espírito de tontura, e eles vagueiam como um bêbado, que cambaleia e vomita. Então a terra de Judá será um terror para o Egito. Haverá cinco cidades que falarão a língua de Canaã, e servirão ao Senhor dos Exércitos. Haverá um altar erguido ao Senhor, um obelisco que servirá de monumento ao Senhor em pleno Egito.

Is 20- Oráculo que a Assíria conquistará o Egito e a Etiópia
Is 21- Oráculo contra a Babilônia, Edom e Arábia.
Is 22- Oráculo do Vale da Visão e contra o prefeito do palácio.
Is 23- Oráculo contra Tiro.

Is 24- Castigo - Israel foi profanado por seus habitantes, porque transgrediram e violaram as leis, romperam a aliança eterna. Por isso Israel é amaldiçoado, e seus habitantes sofrem as penas. Eles serão consumidos, mas um pequeno número deles sobreviverá.

Is 25- Cântico de vitória.
O Senhor é o meu Deus. Exaltarei e celebrarei seu nome, porque faz maravilhas. Por isso um povo forte te glorifica, e as nações valentes te veneram. Porque é refúgio para o fraco, abrigo na tempestade e sombra contra o calor para o pobre sofredor.
O Senhor dos Exércitos preparou um banquete para todos os povos, neste monte. Ali tirará o véu deles, a cortina que os cobre, e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor tirará a vergonha que pesa sobre seu povo. Naquele dia dirão: ‘Eis nosso Deus, dele esperamos a libertação. Congratulemos e rejubilemos pelo seu socorro’.

Is 26- Cântico de Judá.
Abra as portas, deixe entrar um povo justo, que respeita a fidelidade, que tem caráter firme, e gosta da paz, porque tem confiança em Deus. Tende sempre confiança no Senhor, porque ele é o rochedo perene. Ele derrubou os que estavam nas alturas, e destruiu a soberba da cidade (da Babilônia), derrubou-a por terra, colocou-a ao nível do chão.
O caminho do justo é reto, pois o Senhor o aplana. Nós o esperamos seguindo seu caminho, e nossa alma quer o seu nome e sua lembrança. Minha alma te deseja toda a noite. Meu espírito te procura desde a manhã. Quando o Senhor age e julga, os habitantes do mundo aprendem a justiça. Porém, se o ímpio for perdoado, ele não aprenderá a justiça, e se entregará ao mal; e não verá a majestade do Senhor na terra da retidão.

Is 27- Cântico da vinha.
Eu, o Senhor, sou o vinhateiro, no momento oportuno eu rego para não murchar os sarmentos. Dia e noite eu vigio, e nada tenho contra ela. Se estiverem em paz comigo, eu queimo a sarça e o espinho que nascerem nela. Um dia Jacó lançará raízes, Israel produzirá flores, e cobrirá o mundo de frutos.

Is 28- Oráculo da pedra angular.
Diz o Senhor: Coloco em Sião uma pedra escolhida, uma pedra angular preciosa, de base. Tomo o direito por fio de prumo, a justiça por nível, e quem confiar nela não se arrependerá.

Is 29- Promessas a Ariel (Jerusalém)
O Senhor disse: Esse povo vem a mim apenas com palavras. Honra-me com os lábios, mas seu coração está longe de mim. Ele testemunha um temor convencional e rotineiro, por isso os tratarei do mesmo jeito. E sua sabedoria, inteligência, astúcia, e esperteza, de nada valerão. Eles são muito perversos. Por acaso pode o pote dizer ao oleiro que ele não entende o que faz?
Haverá um tempo em que eles deixarão de ser surdos, e ouvirão os conselhos. Deixarão de ser cegos, e verão. Serão simples, e encontrarão ventura no Senhor. E mesmo pobres serão felizes. Pois não haverá mais tiranos, nem céticos. Os que querem o mal, os que acusam, os que procuram enganar o juiz, e os que por nada faz o inocente perder a causa, serão exterminados. Os espíritos perdidos aprenderão a sabedoria, e os que se queixam receberão a instrução.

Is 30- Diz o Senhor: Ai dos filhos rebeldes que seguem seus planos e fazem alianças, sem me consultar, acumulando falta sobre falta. E dizem aos profetas: ‘Não anuncie a verdade, diga só coisas agradáveis, e fantasias. Não nos perturbe com as ordens do Senhor’. O Senhor é justo, e deseja perdoá-los. Feliz aquele que espera no Senhor, assim que ele ouvir seu pedido, o atenderá. Aquele que te instrui (o Senhor) não se esconderá mais, e verá com seus olhos aquele que te ensina. E ele dirá: ‘É aqui o caminho, ande por ele’.

Is 31- Confiança. Fuga para o Egito ao saber da invasão Assíria
Ai daquele que vai ao Egito buscar socorro. Daquele que conta com a cavalaria, que se fia na quantidade de cavaleiros e de carros, em vez de consultar o Senhor. Pois se o Senhor estender a mão, cambaleará o que protege, e o protegido cairá.

Is 32- a) Eis que um rei reinará segundo a justiça, e os príncipes governarão com equidade. Serão como um abrigo contra o vento, um refúgio contra o temporal. Serão como um fio de água no chão ressecado. Os espíritos insensatos irão compreender, o gago falará prontamente e com clareza. Não se chamará o perverso de nobre, nem o trapaceiro de grande. Porque o insensato fala loucuras, e seu coração se volta para o mal. As intrigas do trapaceiro são desleais, ele planeja crimes. O fidalgo, porém, tem pensamentos dignos, e um procedimento nobre.

b) Promessas do Espírito Santo
Quando se derramar o Espírito do alto sobre nós, o deserto se tornará mato. O direito reinará no deserto, e a justiça no campo. A justiça produzirá a paz, o direito assegurará a tranqüilidade, e meu povo habitará num lugar tranqüilo e seguro.

Is 33- Cântico de Jerusalém.
Senhor tenha piedade de nós, pois esperamos em ti. Seja o auxílio em cada manhã, e o socorro na tribulação. O Senhor é grande e reina do alto, nos enche de retidão e Justiça, e nos dá segurança. A Sabedoria e o Conhecimento garantem a salvação, e o temor ao Senhor é nosso tesouro.
            Quem de nós permanece na justiça?
            Aquele que procede bem, e diz a verdade,
            que não quer um benefício extorquido,
            que não quer tocar um presente corruptor,
            que fecha os ouvidos aos maus propósitos,
            e fecha os olhos para não ver o mal.

Is 34- Castigo de Edom.
Is 35- O deserto e a estepe se alegrarão e florirão como rosas. Será vista a glória do Senhor, e a excelência de nosso Deus.

Is 36-37- Jerusalém sitiada.
No tempo do rei Ezequias, Senaquerib rei da Assíria e seu general Laquis cercaram Jerusalém. Negociaram para que ela se rendessem, mas não se renderam. O rei Ezequias orou a Deus pedindo salvação, e foi atendido. O anjo do Senhor apareceu no campo dos Assírios, e feriu os homens. Senaquerib levantou acampamento, e voltou para a Assíria.

Is 38- a) O Rei Ezequias esteve doente, quase à morte, então ele orou, e o Senhor lhe deu mais 15 anos de vida, e ainda prometeu livrar Jerusalém dos Assírios. Como testemunha, Deus fez a sombra recuar dez graus no relógio solar. E o Sol recuou dez graus. 

b) Poema de Ezequias: ‘Eis que meu sofrimento se mudou em conforto. O Senhor livrou-me do túmulo onde se apodrece, e perdoou todos os meus pecados. Porque, não é a morada dos mortos que o louva, e nem é a morte que o celebra. O que desce à sepultura não espera mais na bondade de Deus. Quem está vivo, e somente quem está vivo pode te louvar, como eu faço hoje. Salve-nos Senhor, e nós te louvaremos, e tocaremos nossos instrumentos todos os dias de nossa vida’.

Is 39- A riqueza de Judá.
O rei Merodac da Babilônia mandou seus embaixadores levarem presentes ao rei Ezequias em Jerusalém, parabenizando-o pela sua cura. O rei lhes mostrou os tesouros dos palácios, e isto levou o rei da Babilônia invadir Jerusalém, meses depois.
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VERSÃO DO LIVRO DA CONSOLAÇÃO DE ISAÍAS

Is 40- a) O homem, Deus e imagens.
Uma voz grita no deserto: ‘Corrijam-se. Mudem seu agir. Preparem um caminho para o Senhor (Para Ele vir libertar Judá). Aterrem os vales, cortem os montes, retifiquem-nos, e aplainem, para a glória de Deus se manifestar’. Porque o homem é como a erva, cumpre sua missão, dá a flor e morre. Porém Deus é eterno.

     b) Ó Sião, ó Jerusalém de onde vêm as boas novas, grite bem alto, e diga às cidades de Judá: ‘Aqui está o vosso Deus. Como bom pastor apascenta o seu rebanho, carrega os cordeirinhos nos braços, e guia com paciência as ovelhas que amamentam’.

   c) Foi Deus quem mediu as águas aos punhados, o céu a palmos, que juntou o pó da terra, pesou os montes  em balanças. Quem lhe orientou? Quem lhe deu conselho? Quem lhe deu entendimento e conhecimento? E lhe mostrou o caminho da justiça? Não se pode nem imaginar como é, e fazem esculturas dele. Com o que se parece? O artífice funde uma imagem, e a enfeita de ouro. O pobre faz uma de madeira. Mas elas nem se mexem. Será que eles não sabem que não se pode fazer imagem alguma? Que Deus não é assim como está na imagem? Observem a natureza, e verão como ele é, que ele está sentado no círculo da terra, no horizonte infinito, e de lá estende o céu como um véu, e o desenrola como tenda. Nada pode ser igual a Deus. Levante os olhos para o alto, veja e responda. Quem poderia criar estas coisas? Só Deus pode fazer com que elas existam. Ele as chama pelos nomes, e em ordem elas vêm marchando organizadas como um exército.

  d) Depois reclama que Deus não vê seu sofrimento, e não ouve seus pedidos. Você não sabe, nem ouviu dizer que Deus não se cansa nem se fatiga? Ao contrário, ele dá força ao cansado, e multiplica as forças do que não tem nenhum vigor. Os jovens podem se cansar, os moços podem cair, mas os que esperam em Deus, renovam suas forças. Correm, e não se cansam. Caminham, e não se fatigam.

Is 41- Deus ama Israel.
Diz o Senhor: Suscitei o justo (Ciro) no oriente, dei a ele as nações, e o fiz dominar sobre seus reis. Porém você Israel servo meu, Jacó meu eleito, descendência de Abraão meu amigo; você que busco, e trago do cativeiro nos confins da terra, que te chamei entre os melhores; digo que você é meu servo, eu te escolhi, e nunca te rejeitei. Não tenha medo porque estou com você, e sou seu Deus. Eu te fortaleço, e te sustento. Envergonharei, e confundirei todos os que te fazem sofrer. Porque eu sou seu Deus, te tomo pela mão direita, e te digo, não tenha medo, eu te ajudo, eu sou seu redentor, o Santo de Israel.

Is 42- a) O Servo - (Jesus)
Diz o Senhor: Eis aqui o meu servo, que eu amparo, meu eleito, aquele que amo. Nele ponho o meu espírito, e ele trará justiça aos povos. Ele não se exalta, nem faz ouvir a sua voz na praça. Não quebrará a cana rachada, nem apagará o pavio que ainda fumega, mas vai ensinar a verdade e a justiça. Vai abrir os olhos de Israel, e libertá-lo das trevas. Eu o chamei para a justiça, e tomo-o pela mão para ser minha aliança com os povos, e sua luz.
 
b) A idolatria.
       Eu sou Javé, este é o meu nome, e não darei a minha glória nem meu louvor às estátuas que fazem, pois elas não fazem nada, sou eu quem faz. As primeiras coisas já se cumpriram (foram escravizados), e antes que alguém lhes conte outra novidade, eu anuncio. Cante ao Senhor um cântico novo, e que se ouça o seu louvor em toda a terra (pois vou libertá-los). Guiarei Israel (os cegos) por caminhos que desconhecem, farei das trevas luz perante eles, e endireitarei as coisas tortas. Não façam imagens de mim, não quero um povo que confia em estátuas, e as chamam de deus. Arrependam-se de fazer imagens. Por isso vêem, mas não se lembram, têm ouvidos, mas não ouvem.
  O Senhor se agrada de seu povo por amor a sua justiça. Engrandeceu-o, e o fez glorioso, dando lhe a lei, mas é um povo fraco, roubado e saqueado, habitante de cavernas e prisões. Um povo que é presa da rapina, e não há ninguém que os livre. Mas quem entregou Jacó aos saqueadores, e Israel aos ladrões foi o Senhor, pois pecaram contra ele, não andaram nos seus caminhos, e não deram ouvidos à lei. Foi por isso que Ele derramou sua indignação, e os entregou à guerra. Porém Israel ainda não percebeu, não aprendeu, e continua com a idolatria.

Is 43- Promessa de libertação.
   Diz o Senhor que te criou Jacó, e que te formou Israel: ‘Não temas, porque eu te resgato, e te chamo pelo teu nome, porque tu és meu. Estou contigo, e trarei a sua descendência do oriente. Trarei este povo cego, e surdo’. Que as nações se juntem, e o povo se reúna para lembrar as coisas antigas, e dizer: ‘É verdade!’ E vocês serão minhas testemunhas.
   Diz o Senhor: Saibam, creiam, e entendam que eu sou o mesmo, que nenhum deus se formou antes de mim, e que não haverá nenhum deus depois de mim. E por amor a vocês envio (Ciro) à Babilônia para libertá-los.
   Diz o Senhor, que abriu um caminho no Mar Vermelho, meio as águas impetuosas. Não fiquem saudosos das coisas passadas, pois posso fazer novos prodígios. Vocês voltarão. Abrirei um caminho no deserto, com rios de águas para dar de beber ao meu eleito. Formei esse povo para mim, para cantar o meu louvor, mas ele não faz isso, nem me invoca. Jacó se cansou de mim, ó Israel. Mas sou eu quem apaga as suas transgressões, e esquece os seus pecados. Seu primeiro pai pecou, e os seus chefes me enganaram. Por isso entreguei Jacó à maldição, e Israel à vergonha, deixando-o cativo.

Is 44- Deus
     Ouça Jacó meu servo, e você Israel quem escolhi. Tudo vai mudar para melhor. E você dirá: ‘Eu sou de Javé’, outro se dirá de Jacó, outro escreverá ‘Consagrado ao Senhor’, e por sobrenome tomarão o nome de Israel. Assim diz Javé, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e o último, e fora de mim não há outro Deus. E não adianta fazer imagens de mim ou de outros deuses.
Lembra-te destas coisas, Jacó, porque você é meu servo; eu te formei. Apaguei suas transgressões como a névoa, e os seus pecados como a nuvem. Volte para mim, porque eu te perdoo. Cante com alegria, exulte o oprimido, retumbem com júbilo os montes, os bosques e todas as árvores, porque o Senhor libertou Jacó, e glorificou-se em Israel.
    Diz o Senhor seu redentor, e que te formou desde o ventre de sua mãe: Eu sou Javé, que faço tudo. Que sozinho estendo os céus, e espalho a terra por mim mesmo. Desfaço os sinais dos mentirosos, e enlouqueço os adivinhos. Faço voltar atrás os sábios, e mudo seu conhecimento em loucura, quando digo a Jerusalém: ‘Tu serás edificada e habitada’. E às cidades de Judá: ‘Serão edificadas, e eu levantarei as suas ruínas’. E ao templo: ‘Tu serás fundado’.

  b) O escultor de ídolos.
As imagens são vaidades do artífice, e não servem para nada. Seus seguidores nada vêem nem entendem, por isso se confundem, e são escravizados. O ferreiro aquece o metal, e faz a estátua às marteladas com a força do seu braço. Se tem fome, perde a força, e desfalece se não toma água. O carpinteiro estende a régua, traça as linhas, aplaina, e desenha a figura com o compasso. Faz na forma de um homem, e a leva para casa. A madeira vem das árvores do bosque (que Deus plantou), que a chuva fez crescer, e serve para queimar, aquecer e cozer. A metade da madeira ele queima no fogo, com a outra metade prepara a carne, assa, come, e se aquece. Do resto faz uma estátua, se ajoelha diante dela, se reclina, e lhe pede: ‘Me salva, porque é o meu deus’. Nada sabem, nem entendem, porque seu ídolo cegou os seus olhos para que não vejam, e o coração para que nada entendam. Eles não caem em si para ver que foi com o resto da madeira que fez seu deus, para se ajoelhar diante dele. Não percebe que tudo é um engano?

Is 45- Ciro e a libertação dos cativos.
     Diz o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem toma pela mão para abater as nações. Eu te chamei pelo nome embora não me conhece, para que todos saibam que fora de mim não há outro deus. Eu sou o Senhor, e não há outro deus. Eu crio a luz, e as trevas. Faço a paz, e a guerra. Faço todas as coisas. Ai daquele que se revolta com o seu Criador! Não passa de um caco de barro entre tantos outros, que pergunta ao oleiro: ‘Que está fazendo?’
    Por isso o despertei (Ciro) para fazer justiça, edificar minha cidade (Jerusalém), e libertar os cativos (Israel), sem preço e sem agrados. Mas darei a ele o Egito e a Etiópia, que o servirão. E dirão: Deveras Deus está com ele, e não há deus igual. Israel é salvo pelo Senhor com salvação eterna, por isso não serão cativos para sempre. Juntem-se, e venham a mim. Todos os habitantes da terra olhem para mim, e serão salvos, porque eu sou Deus, e não há outro. E diante de mim se dobrará todo o joelho, e toda língua jurará por mim. E de mim dirão: ‘Deveras em Javé há justiça e força’. Todos virão até o Senhor, mas os que não forem dignos se arrependerão, e toda a descendência de Israel se justificará, e glorificará no Senhor.
     
Is 46- Deus e o ídolo.
As estátuas dos deuses Bel e Nebo estão sobre o animal que as transportam em fuga, e seus pesos cansam os animais. Porque os deuses não os ajudam? Só servem de peso. Ciro vai aprisioná-los. Ouça Israel, eu não sou um peso para você, eu sou sempre o mesmo. Por isso, os livrarei do cativeiro, e os trarei de volta a Jerusalém. Vocês acham que sou um ídolo, me fazem estátua de ouro e prata recolhido das pessoas, e  dado ao ourives para fundi-la. Ela precisa ser carregada nos ombros, e colocada no altar, pois não anda. Ali ela fica não se move. Se alguém clama a ela, o ídolo não responde, nem livra ninguém da sua tribulação. Lembre-se disto, não se esqueça, eu não sou um ídolo. Ouçam homens duros de coração que se afastam da justiça, aproximem-se da minha justiça, pois ela não está longe, e a minha salvação não demora.

Is 47- A queda da Babilônia.
Desça, e se sente no pó Babilônia, porque já não há mais trono, ó filha dos caldeus, porque nunca mais será chamada de tenra, nem de delicada. Toma a mó, e mói a farinha, tire o véu, descalce os pés, descobre as pernas e passa os rios, em fuga. Você que é dada a prazeres, que habita em lugar seguro, e diz no seu coração: ‘Eu sou, e fora de mim não há outra, não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos’. Estas duas coisas te acontecerão no mesmo dia, vai perder os filhos e ficar viúva. Porque confiava na sua sabedoria, conhecimento e maldade, e se desviou. E pensava consigo: ‘Eu sou, e fora de mim não há outra’.

Is 48- Conselhos a Israel.
Ouça Jacó, que atende por Israel. Você jura por Javé com falsidade. Diz que seu ídolo é que te ajuda, e te guia. Ouça Israel. Eu sou o mesmo, o primeiro e o último. E anuncio que aquele que eu amo (Ciro) fará a minha vontade contra a Babilônia. Converta-se a mim, e me ouça , pois eu sou Javé seu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho que deve andar. Se cumprir minhas leis,  a sua paz será como um rio, e a sua justiça como as ondas do mar! Saiam da Babilônia. Fujam do meio dos caldeus. E anunciem com voz de júbilo que o Senhor libertou seu servo Jacó (e não foi um ídolo). Assim diz Javé, o seu Redentor.

Is 49- Discurso do servo - (Jesus)
Ouça-me todos os povos, o Senhor me chamou pelo nome ainda no ventre de minha mãe. Fez a minha língua como uma espada afiada. Com a sombra da sua mão me cobriu, e me pôs na sua bolsa como uma flecha. E me disse: Tu és meu servo, aquele que me glorificará. Sua tarefa é trazer Jacó para Jerusalém, de volta da Assíria, mas cuidado porque ele não se deixará ajuntar. Não irá só restaurar as tribos de Jacó, e trazê-los de volta, mas será uma luz para os povos que não me conhecem, e levará a minha salvação até à extremidade da terra. Na hora certa te ouvirei, te ajudarei, e te protegerei. Será meu representante na volta de Israel, para que não tenham fome, nem sede; nem se aflijam com o sol, pois o Senhor se compadece deles, e os guiará por locais com água.
Sião (Jerusalém) não dirá mais que o desamparei, e o esqueci. Uma mãe não se esquece do seu filho, e mesmo que ela se esquecesse, eu não me esqueceria de ti. Eu te gravei nas palmas das minhas mãos, e seus muros estão sempre na lembrança. Levanta os olhos e olha ao redor, o povo está de volta, e será para ti como um ornamento de noiva. E dirá no teu coração: Eu estava sem filhos e solitária, e agora eles surgem.

Is 50- Discurso do Servo - (Jesus)
Deus me deu o dom da palavra para que eu saiba dizer na hora certa uma palavra de conforto a quem precisa. E me abriu os ouvidos para ouvir com paciência. Eu não fui rebelde, e aceitei; e não me arrependo. Ofereci minhas costas aos que me batiam, e a minha face aos que me arrancavam os cabelos, me afrontavam e me cuspiam. Não me confundo, porque o Senhor me ajuda. Expus o meu rosto, porque sei que não serei envergonhado. Deus está perto de mim, e me justifica. Se Deus me ajuda, quem me condenará? Achegue-se também. E os que temem o Senhor, ouçam a voz deste servo. Quando andar nas trevas confie no nome de Javé, e se firme no seu Deus. Mas os agitadores se queimam no seu próprio fogo, porque assim é minha vontade.

Is 51- Promessa de libertação
Ouça-me aquele que quer justiça, e busca Javé. Veja de que rocha você foi tirado, e o buraco que ficou no lugar. Olhe para Abraão (e Sara) que estava sozinho, mas o chamei, abençoei, e o multipliquei. Javé assim fará a Sião, o abençoará, o multiplicará, e transformará Jerusalém no Jardim do Éden, e ela se encherá de gozo alegria, ação de graças e música. Ouça meu povo, preste atenção, porque é de mim que sairá a lei. Darei minha inteligência (verbo) como luz para os povos. Perto está a justiça, chegando está a salvação, e elas trarão juízo para os povos, que esperam minha justiça. Assim como os tirei do Egito os tirarei deste cativeiro (Babilônia), e voltarão a Sião com júbilo, gozo e alegria; tristeza e gemido não mais existirão. E Sião será o meu povo.

Is 52- Promessa de libertação - (Jesus)
Disse o Senhor: No passado o meu povo foi habitar no Egito, e a Assíria sem razão o escravizou. E agora, eu digo ao meu povo: ‘Eis-me aqui’ para a libertação. Como são formosos os pés daquele que vem anunciar as boas novas (a libertação de Sião), que fala de paz, de bem, e de salvação. Ele diz a Sião: ‘O teu Deus reina!’ E as sentinelas gritam e exultam, porque vê Sião voltar. Então clame, cante e exulte Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, salva Jerusalém. E eles não sairão apressadamente como quem foge, porque Javé estará na frente, e na retaguarda deles. Meu servo será prudente, e será tratado com carinho, e prosperará. Os que o virem ficarão pasmados por causa de sua aparência tão desfigurada, que igual nunca se viu entre os homens. E muitas nações o admirarão porque verão o que ninguém anunciou, e entenderão mesmo sem ter ouvido antes. Tal será a volta de Israel.

Is 53- Israel, o Servo - (Jesus)
  Quem acredita no que falo? Israel foi crescendo, e como um broto de árvore fincou raízes numa terra seca. Não tinha beleza, formosura, nem boa aparência para ser querido. Era desprezado e rejeitado. Homem de dores, que experimentou todos os sofrimentos, tal que as pessoas cobrem o rosto para não vê-lo, e não se dá nada por ele. Parecia que ele carregava todas as nossas enfermidades, e dores, e na verdade ele as carregava. E pensávamos que era um castigado, ferido por Deus, e humilhado. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa dos nossos pecados. Mas o castigo que estava sobre ele, trouxe a paz e a salvação aos homens. Fomos curados pelas suas feridas. Nós andávamos como ovelhas desgarradas, cada um seguia pelo seu caminho, mas o Senhor o fez culpado de nossos desvios. Ele foi maltratado, aceitou a pena, e não abriu a boca. Como um cordeiro levado ao matadouro, ou uma ovelha na hora da tosquia, ele não abriu a boca. Morreu entre os malfeitores, e foi sepultado com os ímpios, sem nunca ter cometido injustiça, ou mentido. Morreu pelos pecados do povo, sem um julgamento decente. Ele se ofereceu em sacrifício expiatório para glorificar o Senhor, e o Senhor aceitou seu sacrifício, porque ele justificou todos os homens.

Is 54- Jerusalém.
Cante estéril que não deu à luz, porque terá muitos filhos. Prepare-se para recebê-los. Amplia a sua tenda, porque a sua descendência conquistará o mundo. O Criador é o seu marido, ele é Javé dos Exércitos. O Santo de Israel é o seu Redentor; ele te dará estes filhos, e será o seu Deus. Como jurei a Noé que não haveria mais dilúvio sobre a terra, agora juro a ti, que não te repreenderei mais. A minha benignidade e paz estarão sempre contigo, mesmo que os montes se desfaçam. Calçarei suas ruas de safiras e jaspe, farei vitrais de rubis, portas de cristal, e acabamentos com pedras preciosas. Ensinarei pessoalmente os seus filhos, e lhes darei paz abundante. Será uma cidade de justiça. Livrar-te-ei da opressão e do terror, porque não terão sucesso quem investir contra você, e esta será a herança dada aos meus servos.

Is 55- A palavra de Deus.
Diz o Senhor: Bebam todos que têm sede. Venham vinho e leite de graça. Aproveitem! Busquem o Senhor enquanto se pode achar, invoque-o enquanto está perto. Deixem seu caminho errado, seus maus pensamentos, e se converta, pois o Senhor se compadece de ti. Voltem-se para Deus, porque ele perdoa generosamente, porque Deus não pensa como os homens. Deus disse, e assim será. Porque a palavra de Deus não voltará para ele sem cumprir sua missão, tal como a chuva que cai, rega a terra, e a faz produzir,  dar sementes, e pão para comer. Porque os cativos com alegria voltarão, e em paz serão guiados por Deus. Os montes e os outeiros cantarão diante deles, e as árvores do campo baterão palmas. No caminho, em lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta. E isto será um sinal eterno, dado por Deus, que nunca se apagará.

Is 56- Ensinamentos diversos
Tenha juízo, e seja justo (cumpra a lei).
Bem aventurado o homem: Que não profana o sábado. Que guarda a sua mão de fazer algum mal. Que não afasta o estrangeiro convertido, os aceita no templo, e farão seus holocaustos e sacrifícios. Que não discrimina os eunucos convertidos, e dá a eles um lugar no templo. Deus lhes dará um nome eterno que não se apagará.
Quanto aos instrutores no templo (igreja). Estes são cegos, não sabem nada, são como cães que não latem. Andam adormecidos, e gostam do sono. São guias que nada compreendem, andam nos próprios caminhos, gananciosos e egoístas.

Is 57- O Idólatra.
O homem justo morre antes do homem mau, para ter paz, e descansar longe deles. Maus são aqueles que adoram os deuses debaixo de árvores verdes, sacrificam seus filhos. Fazem o altar de seu deus atrás da porta da casa. Adora-os, e não a mim. Mas quando precisar de alguma coisa peça ao seu ídolo, que não vale nada e até o vento o arrasta. Mas aquele que confia em mim possuirá a terra, e adorará no meu templo. 

Is 58- Comportamento e jejum
       Diga em voz alta, e não pare. Anuncie sua transgressão e seus pecados. Sei que me procuram todo dia, têm prazer em conhecer os meus caminhos como quem pratica a justiça, e têm prazer em estar perto de mim. E então me perguntam: Por que o Senhor não percebe quando jejuamos? E eu respondo: Porque vocês jejuam como vocês querem, e não como deve ser. Durante o jejum trabalham, discutem, e brigam. Este jejum não me interessa. Só porque se afligem o dia todo, porque ficam cabisbaixos, ou porque deitam em saco e cinza, acham que me agradam?
       O jejum que me agrada é que deixem a injustiça, que liberte o oprimido, e destrua toda a dependência. Que dê pão ao faminto. Que acolham em casa os pobres e os abandonados, e vista o nu e esfarrapado. Então me agradará, e sua luz brilhará como a manhã, e todo mal será curado. A justiça estará em primeiro lugar, e a glória de Deus te seguirá. Então me gritará e eu responderei, pedirá e te socorrerei. Se parar de oprimir e maltratar, de apontar o defeito do outro, não falar demais, e ajudar a quem precisa, a sua luz brilhará, será um entendido e não mais um ignorante. E o Senhor te guiará, e será como um jardim bem cuidado, como uma fonte de água no deserto, como um restaurador de vidas.

Is 59- a) O homem - A mão do Senhor não está encolhida para não salvar, nem seu ouvido está doente para não ouvir, é nosso pecado que nos separa de Deus, e atrapalha Deus de nos ouvir. Porque ninguém quer a justiça, nem a verdade. Todos confiam na vaidade, mentem, querem o mal e o pecado. Não conhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos. Andam apalpando pelas paredes como cegos, e tropeçam em pleno meio-dia. Urram e gemem querendo justiça e salvação, mas estão longe delas. 

b) Jesus - O Senhor viu que não há mais justiça. E vendo que não há mais ninguém para interceder, fez seu próprio braço trazer a salvação, e sua própria justiça a mantém. Usou a justiça como uma couraça e a salvação como um capacete, vestiu-se de vingança, e cobriu-se de zelo como se fosse um manto. O Redentor de Sião só virá para os que se converterem. O meu espírito está sobre o Redentor, e ele será a minha aliança com Sião. Pus minhas palavras na sua boca, ele não se desviará.

Is 60- Repatriação
Levanta-se Jerusalém, para brilhar, pois aí vem quem te iluminará. É a glória do Senhor nascendo sobre você. Porque as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos, mas vem surgindo sobre os homens, o Senhor e a sua glória.
Veja Jerusalém seus filhos virão de longe, deixará de ser abandonada, e será maravilhosa para sempre. Nunca mais haverá violência ou destruição, seu muro se chamará Salvação, e as suas portas Louvor. Não precisará da luz do sol, nem do esplendor da lua, pois o Senhor será uma luz perpétua, e Deus a sua glória.

Is 61- A boa Nova da libertação - (Jesus)
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, para pregar as boas novas ao manso, restaurar o coração sofrido, e falar de liberdade ao cativo. Informar sobre o ano da graça e da vingança do Senhor, e o consolo de quem está triste, para lhe dar glória, gozo e louvor. Reconstruirão as cidades, e se restabelecerão. Trocarei a vergonha por dupla honra, e a afronta pela alegria perpétua. E sua posteridade será conhecida entre os povos, e todos que os virem os reconhecerão como descendência bendita do Senhor. Regozije-se muito. Que sua alma se alegre no Senhor, porque me vestiu com roupas de salvação, me cobriu com manto de justiça, como um noivo que se adorna, e a noiva que se enfeita com jóias. Assim como a terra produz os brotos o Senhor fará brotar a justiça e o louvor para todas as nações.

Is 62- A libertação
Por amor a Sião e a Jerusalém não me calarei até que seja feita a justiça, ela será como um resplendor, e a salvação qual uma tocha acesa, que todos verão. E Jerusalém será uma coroa de glória e um diadema real na mão de Deus. Nunca mais será chamada de desamparada, mas de querida e casada, porque o Senhor se agrada de ti. Abra as portas, deixe o povo passar. Aplane a estrada, retire as pedras, e hasteie a bandeira para todos verem que aí vem o povo liberto. Chamá-lo-ão de povo santo, remido do Senhor, e Jerusalém se chamará a procurada.

Is 63- Canto dos libertos
Quem é este que vem com vestes manchadas, e aparência nobre e valente? Sou eu, que falo em justiça, e sou poderoso para salvar. Por que sua roupa está manchada? Porque eu sozinho pisei o lagar, ninguém me ajudou. Pisei com ira, e esmaguei com furor, porque chegou o dia da vingança dos meus remidos. E o sangue manchou minha roupa. Fiquei admirado, pois não havia ninguém para me ajudar, atropelei os povos com ira, e os desnorteei com meu furor; e arrasei sua força.
            Vou contar o que aconteceu com Israel.
No Egito, o Senhor dizia: ‘Eles são o meu povo, filhos que não me negarão’. E salvou-os da escravidão,  por compaixão os libertou, mas eles foram rebeldes, e entristeceram o Espírito Santo, e Israel se tornou como um inimigo. 
Na Assíria, os remidos diziam: o Senhor é nosso Pai, mesmo que Abraão e Israel não nos conheça, mas o Senhor é nosso Pai, e é Nosso Redentor desde a antiguidade. Senhor por que nos deixa errar? Por que não temos temor? Leve-nos à nossa herança (Sião), por amor aos seus servos. Só por pouco tempo seu povo possuiu esta terra, logo foi escravizado e pilharam seu templo. Parecemos com os povos que o Senhor não domina, e que nunca pronunciaram o seu nome.

Is 64- Queixas de Israel
Nunca se viu um Deus bom para aquele que nele confia. O Senhor vai ao encontro daquele que pratica a justiça, e dos que se lembram dele. Irou-se porque pecamos, mas aguardamos a salvação. E ninguém mais invoca seu nome, nem se lembra de ti ao despertar. O Senhor esconde o seu rosto de nós, e nos faz fracos por causa dos nossos erros. Mas lembra-se que é nosso Pai, nos criou do barro, e somos obra das suas mãos, por isso não se enfureça tanto, nem se lembre de nossos erros para sempre, pois somos o seu povo. Faça-nos voltar, pois Jerusalém está vazia. O templo, onde nossos pais te louvaram, foi queimado, e as nossas coisas preciosas destruídas.

Is 65- Deus responde
   Estendi as minhas mãos a um povo rebelde, que anda conforme sua vontade, e seus pensamentos são mal. Povo que me irrita com sua traição. Sacrificam em jardins, e queimam incenso nos altares de seus ídolos. Habita entre as sepulturas, e passa as noites em lugares secretos. Comem carne de porco, e tomam caldo de animais impuros. E dizem aos outros: ‘Fica onde está, e não se aproxime, porque sou mais santo do que você’. Seus destinos é a espada, pois quando chamo não me respondem. Falei, e não me ouviram. Fizeram o que é mau aos meus olhos, escolheram o que não me dava prazer, se afastaram de mim. Preparam uma mesa para a deusa da Fortuna, e bebem para o deus do Destino. Portanto assim diz o Senhor, os meus servos comerão e beberão; e vocês passarão fome, e terão sede. Meus servos se alegrarão, e vocês passarão vergonha. Meus servos exultarão de alegria, e vocês gritarão de tristeza com o espírito abatido.
      Fui achado por aqueles que não me procuravam. E eu disse: ‘Eis-me aqui’ a uma nação que não tinha o meu nome. A estes novos servos chamarei por outro nome, e o nome de vocês será maldição para eles. Assim os benditos, serão benditos no Deus da verdade. O que jurar, jurará pelo Deus da verdade. Porque esqueceram as angústias passadas, e eu nem me lembro mais. Porque vou criar novos céus e nova terra, e não terão mais lembranças nem recordações das coisas passadas; e se deleitarão e exultarão, porque Jerusalém será alegria e gozo para o seu povo. E eu também exultarei, e me alegrarei no meu povo. Meus servos não vão construir para outro habitar, nem plantarão para outro colher, porque os dias do meu povo serão como os dias de uma árvore à beira rio, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos. Não terão trabalho inferior, e seus filhos serão bem educados. Porque é a posteridade bendita do Senhor, e os seus descendentes viverão em união. Antes que peça eu os responderei, quando falarem eu os ouvirei.

Is 66- O templo do Senhor
Assim diz o Senhor: Vocês querem fazer uma casa para mim. Lembre-se que a minha mão fez todas as coisas. Não me preocupo com uma casa, pois o céu é o meu trono, e a terra é onde apoio meus pés. Eu me preocupo com o pobre, o abatido de espírito, e o que teme minha palavra. Aquele que teme a palavra do Senhor, a segue. Aquele que não teme, odeia seu irmão, e se afasta de mim, e ainda diz ao irmão: ‘Glórias ao Senhor, que ele te dê alegria’.

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VERSÃO DO LIVRO DE JEREMIAS

Jr 1- a) Escolha de Jeremias.
O Senhor me disse: Eu te conheci antes de ser concebido. Antes que nascesse te santifiquei, e te dei como profeta às nações.
Eu respondi: Ah, Senhor! Ainda sou um menino. Não sei falar.
Mas o Senhor me disse: Irá a quem eu te enviar, e falará o que eu mandar. Então estendeu sua mão, tocou-me na boca, e me disse: Ponho as minhas palavras na tua boca.

b) Profecia da invasão assíria.
No reinado de Josias em Judá, Deus deu a Jeremias a visão de uma chaleira fervendo, e seu vapor ia do norte para sul. E Ele disse: A invasão virá do norte. Convoco o povo da Assíria para cercar Jerusalém, pois me deixaram, queimaram incenso a outros deuses, e adoraram ídolos. Vá ao rei, lhe diga isso, e não tenha medo.

Jr 2- Israel escolhe: Idolatria e castigo.
Diz o Senhor: Eu vos tirei do Egito, e lhes dei uma terra fértil para comerem dos seus frutos, porém quando entraram nela contaminaram-se, e fizeram uma coisa horrível. Os sacerdotes e os juízes me esqueceram. Os pastores foram infiéis, os profetas profetizavam por Baal, e seguiram ídolos. Nunca vi uma nação trocar o seu Deus por deuses falsos, mas Israel trocou nascentes de águas, por cisternas secas. Agora ele vai para o Egito beber as águas de Sior, ou para a Assíria beber as águas do rio. Israel me prometeu que nunca mais transgrediria, mas em todo morro e sob toda árvore, ele adora ídolos. Andou com Baal, e nega que está contaminado. O ladrão se embaraça quando é pego em flagrante, assim estão os reis, príncipes, sacerdotes, e profetas de Israel. E para se livrar de minha ira, se dizem inocente, e que não pecaram. Como Israel troca de caminho! Mas vai cativo ao Egito e Assíria.

Jr 3- Convite a Judá para se converter, no tempo de Josias.
Israel, a Rebelde, foi infiel adorando ídolos nos montes e sob as árvores. Pensei, ela voltará para mim, porém não voltou. E sua irmã Judá, a Mentirosa, também se prostituiu, voltou para mim com falsidade. E Israel mostrou ser mais justa do que Judá. Diz o Senhor: Volta Israel rebelde, reconheça seu erro, e terei misericórdia de ti. Convertam-se filhos rebeldes, e eu os trarei de volta a Sião, e chamarão Jerusalém de trono do Senhor, e nunca mais andarão segundo a maldade do seu coração. Pois é no Senhor Deus que está a salvação de Israel.

Jr 4- Oráculos da Invasão de Israel.
Toque a trombeta, e fale a Jerusalém: Escondam-se nos fortes. Porque do norte vem um mal, e uma grande destruição. Ele vem como nuvem. Seus carros vêm como uma tempestade, e seus cavalos são mais ligeiros que as águias. Ai de nós estamos arruinados! Lave a malícia do coração Jerusalém, para ser salva. Meu povo já não me conhece mais. São filhos ignorantes, são sábios para fazer mal, mas não sabem fazer o bem.
Aos gritos dos cavaleiros e dos flecheiros as cidades fugiram, entraram pelas matas, subiram os penhascos. E agora, o que vai fazer, ó destruída? Mesmo que te vistas de carmesim, que se adorne com enfeites de ouro. Ainda que pinte em volta dos olhos, iria ficar bela, mas seus amantes vem te destruir.

Jr 5- O pecado de Judá.
Passe pelas ruas de Jerusalém, e veja se alguém pratica a justiça ou busca a verdade. Se encontrar alguém, eu perdoarei toda a cidade, mesmo que diga: ‘Viva o Senhor’, estará mentindo. Veja, o Senhor os feriu, e não sentem dor. Abateu-os, e não aceitam a correção. Têm a face dura como uma rocha, e não se convertem. Deveras estes são pobres e loucos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem a lei de Deus. Como perdoar? Eles me deixam, para seguir deuses que não são. Dei-lhes fartura, mas adulteraram, e se ajuntaram nas casas de meretrizes. Como cavalos bem fartos, levantam-se pela manhã, rinchando cada um à mulher do seu próximo.

Jr 6- Visão de Jerusalém sitiada.
Fujam de Jerusalém, porque do lado norte surge um mal e uma grande destruição. E contra ela virão pastores com os seus rebanhos, que levantarão tendas ao seu redor, e cada um apascentará no seu campo. Como a fonte produz água, Jerusalém produz malícia, violência, estrago, enfermidade e feridas. Corrija-se, Jerusalém, para que eu não me afaste de ti, para que não fique desabitada.
Assim diz o Senhor: Vá pelos caminhos, pergunte qual é o bom caminho, e segue por ele. Achará descanso para a alma. Mas Jerusalém diz: Não andaremos nele. Então porque queimam incenso e cana aromática? Fazem holocaustos e sacrifícios, mas eles não me agradam.

Jr 7- a) Exortação no templo (ao povo).
Diz o Senhor: Vá à porta do templo, e diga aos que forem adorar o Senhor. Acerte seus costumes e seu comportamento, e os deixarei morar em Jerusalém. Não confie em palavras falsas, mesmo que digam que este é o templo do Senhor. Mas se corrigir seus costumes e suas obras, praticar a justiça, não oprimir o órfão, a viúva, e o estrangeiro. Se não derramar sangue inocente, nem seguir outros deuses, eu os deixarei habitar na terra que dei a seus pais. Caso contrário, eu destruirei este templo como fiz com o de Siló.

b) Idolatria à rainha dos céus em Jerusalém.
Assim diz o Senhor: Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, as mulheres preparam a massa para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecer em libações; e me provocarem. Mas eles provocam a si mesmos, para sua confusão e vergonha.

Jr 8- Exortação à Jerusalém (igreja):
Assim diz o Senhor: Jerusalém vive se desviando, persiste no engano, e não volta atrás. Não se arrepende da sua maldade, mente e se desvia do caminho. Até a cegonha conhece as estações do ano; a rola, o grou e a andorinha sabem o tempo de chegar. Mas o meu povo não conhece as leis do Senhor, mas dizem que são sábios, e as guardam. Os escribas trabalham em vão, pois suas penas mentem. Os sábios não têm sabedoria, pois rejeitam a palavra do Senhor, e serão envergonhados e presos. E nem se envergonham de errar assim. Mas eles esperam a paz que não vem, e em vez de cura vem o terror.

Jr 9- Deus
Assim diz o Senhor: Há algum homem sábio que possa entender estas coisas? A quem o Senhor ensinou para que depois as expliquem? Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico na sua riqueza, mas deve se gloriar por entender, e reconhecer, que eu sou o Senhor, que sou bom e justo; e isto me agradará.

Jr 10- Idolatria
Disse o Senhor aos Israelitas na Assíria: Não se exalte com os sinais do céu, porque os deuses dos pagãos  e sua religião são vaidades. Seus deuses são obras de arte, e não podem falar. Devem ser carregados, pois não podem andar. Não tenha medo deles, pois não podem fazer o mal, nem o bem.
            Nada é semelhante ao Senhor. Ele é verdadeiro, poderoso, e grande. Seu nome é Deus Vivo, Rei Eterno, Senhor dos Exércitos. O homem nada sabe, e o artesão se envergonha porque na estátua não há espírito, e nem vida. O homem não é dono de si, e não dirige os seus passos.

Jr 11- A infidelidade
Assim diz o Senhor: Os homens de Judá fazem as mesmas maldades que seus pais. Não quiseram ouvir as minhas palavras depois que os tirei do Egito, e procuraram outros deuses para servir. Quebraram de novo a aliança que fiz com eles. Vou mandar um mal sobre Judá, e não escaparão. Pedirão, e eu não ouvirei. Que peçam aos deuses, para quem queimaram incenso, que os livrem do mal. E você Jeremias, não ores nem clame por eles, porque eu não o ouvirei.

Jr 12- A prosperidade dos maus.
Por que os ímpios prosperam, e vivem em paz? Os ímpios têm o Senhor nos lábios, mas longe do coração. A terra sofre, morrem os animais, a erva do campo seca por causa da maldade dos homens, mas os maus ficam, e zombam dizendo: ‘Se cansa correndo a pé, e quer competir com os que vão a cavalo'. Até entre irmãos são desleais. Não confie neles, mesmo que digam coisas boas.
O Senhor responde: Desamparei minha casa, abandonei minha herança, entreguei minha amada aos seus inimigos. Mas os tomarei, farei voltar à sua terra, e a casa de Judá ficará livre. Mas os que aprenderam os caminhos errados poderão ficar.

Jr 13- Parábolas do cinto de linho e dos vasos quebrados, recriminando à infidelidade de Israel na Mesopotâmia.

Jr 14- Profecia sobre uma grande seca.
Jeremias profetisa uma grande seca, mas reclama porque outros profetas dizem ao povo que não sofrerão, e terão paz. Assim diz o Senhor: Os profetas profetizam falsamente no meu nome, nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei. É visão falsa, e adivinhação. Eles profetizam vaidade, e engano do coração.

Jr 15- a) Desabafo do profeta.
Ninguém se entristecerá por ti Jerusalém. Ninguém vai perguntar pela sua paz. Porque você me deixou, diz o Senhor, e voltou a me desobedecer, por isso te destruirei, já estou cansado de te perdoar. Já lhe dei todos os castigos para te ensinar, mas você não aprende, e não muda o caminho.
          b) Queixas do profeta. Ai de mim, por que nasci? Para ser causa de rixas e contendas. Não sou credor nem devedor, porém eles me amaldiçoam. Senhor lembra-se de mim, me ajude, e livra-me dos que me perseguem. Não seja longânime com eles, pois sofro muita afronta por amor a ti. Nunca me assentei com zombadores, nem discuti por sua causa. Vivo só e indignado com o povo que não quer mudar. Minha dor parece que não tem cura. Até penso que o Senhor é uma fantasia minha. Diz o Senhor: Vou te tirar das mãos dos maus, e dos fortes.

Jr 16- Oráculos de castigo a Jerusalém por causa da infidelidade.

Jr 17- a) Máximas de sabedoria.
a) Maldito o homem que confia no homem, e o materialista que se afasta de Deus. Bendito o homem que confia em Deus, e nele coloca sua esperança.
b) Enganoso e perverso é o coração. Seus frutos são emoção e sentimentalismo. Mas o Senhor vê os rins e o coração, a razão e a emoção, e recompensa cada um pelas suas intenções e ações.
c) O Senhor é a esperança de Israel. Todos que se afastam dele se envergonham, e não conhecem o espírito, porque deixam a fonte das águas vivas, que é o Senhor. Cura-me, e sararei. Salva-me, e serei salvo; e para ti é o meu louvor.
d) Respeite o sábado, o dia da folga semanal.

Jr 18- Parábola do oleiro.
O oleiro fazia um vaso de barro que se deformou, e com o mesmo barro ele fez outro vaso.
Diz o Senhor: Israel é como o barro na mão do oleiro, quero mudá-lo. Fale agora a Judá, e aos moradores de Jerusalém: ‘Convertam-se, saiam do caminho errado, mudem seus comportamentos’.
Mas o povo respondeu que ia seguir suas vontades, e se rebelaram contra Jeremias.

Jr 19- Oráculo do vaso partido.

Jr 20- a) Jeremias é preso.
O sacerdote Pasur, filho de Imer, ouviu a profecia de Jeremias. Mandou bater nele, e prendê-lo na porta de Benjamim, do templo. No dia seguinte Pasur mandou libertá-lo, e Jeremias lhe disse: O seu nome será ‘Terror por todos os lados’. Pois entregarei Judá na mão do rei de Babilônia, que levará alguns presos, matará outros, e saqueará a cidade.

b) Queixas do profeta.
1) Seduziu-me Senhor, e eu me deixei seduzir, foi mais forte que eu. Mas só falo de violência e destruição, e isto é motivo de insulto, escárnio e zombaria. Prometi a mim mesmo parar de profetizar, mas me dá um fogo no coração, e não resisto. Mas o Senhor está comigo, valente e terrível, e me protege.
2) Maldito o dia em que nasci. Maldito o homem que disse com alegria para o meu pai: ‘Seu filho nasceu’. Deveria ter sido abortado, pois nasci para o trabalho, a tristeza, e a vergonha.

Jr 21- Oráculo para o rei Sedecias, dizendo que Nabucodonosor rei da Babilônia, atacaria Judá.

Jr 22- Oráculo contra o rei Joaquim.
Aquele que edifica sua casa com injustiça, e não paga o salário do trabalhador, acha que vai reinar porque mora num palácio. Siga o exemplo de seu pai, que praticou a justiça, julgou a causa do necessitado, e isso é conhecer o Senhor.

Jr 23- a) Os maus pastores.
Ai dos pastores que abandonam as ovelhas do pasto. Eu mesmo recolherei as ovelhas dispersas de todos os cantos, as farei voltar ao curral, e colocarei pastores que as apascentem. Virá o dia que darei a Davi um Renovo justo, que reinará com sabedoria, e justiça. Judá será salvo, Israel terá segurança, e ele se chamará ‘Senhor Nossa Justiça’ (Javé Tsidkenu).
Diz o Senhor: A terra chora por causa da maldição, porque tanto o profeta, o sacerdote, e o templo estão contaminados. Não ouçam estes profetas, eles falam coisas dos seus corações, e não da boca do Senhor.

b) O fardo do Senhor.
Quando alguém, ou um profeta, ou sacerdote perguntar ‘Qual é o fardo do Senhor?’, responda: ‘O fardo são vocês, e o Senhor castigará vocês e suas famílias’.

Jr 24- Parábola das duas cestas de figos, bons e ruins. Referindo-se ao povo de Judá exilado na Babilônia. , Diz o Senhor: Lá olharei os bons, depois os farei voltar a esta terra. Vou lhes dar um coração para me conhecerem, e saber que eu sou o Senhor. Eles se converterão a mim de todo o coração, e serão meu povo, e eu serei seu Deus. E os maus serão exterminados.

Jr 25- Oráculo do cativeiro de Judá na Babilônia por setenta anos (Jr25,11), devido à idolatria.

Jr 26- Conflito entre Jeremias e os sacerdotes devido a profecia de que o Senhor destruiria o templo se eles não se convertessem, como fez com o templo de Siló. Jeremias não foi morto porque o Senhor enviou Aicã, filho de Safa, para protegê-lo.

Jr 27- Oráculo do jugo, para mostrar que os objetos restantes do templo, seriam levados para a Babilônia.

Jr 28- Conflito entre Jeremias e Ananias profeta de Gabaão, que previa o fim do cativeiro em dois anos, contrariando a profecia de Jeremias que era de setenta anos.

Jr 29- Carta de Jeremias aos exilados na Babilônia, orientando-os a se estabelecerem lá, pois ficariam lá por setenta anos; e para não ouvir os falsos profetas e adivinhos.

Jr 30- Oráculos falando da volta do exílio.

Jr 31- a) Oráculos falando da volta do exílio.
Diz o Senhor: Cante sobre Jacó com alegria, cante louvores, exulte, porque eu trarei multidões da terra do norte. Ouve-se uma voz em Ramá, lamentação e choro amargo, é Raquel que chora os filhos exilados (tribos Efraim e Manasses). Não chore. Enxugue as lágrimas de teus olhos, porque seus filhos voltarão.  Eu os arranquei e afligi, agora vou edificar e plantar com eles. Não mais dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se estragaram. Mas cada um morrerá pelo seu pecado, e quem comer uvas verdes seus dentes é que estragarão.

b) A nova aliança.
Farei uma nova aliança com Israel, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. E não precisará um ensinar o outro, nem a seu irmão, porque todos me conhecerão, do menor ao maior, porque vou perdoar sua maldade, e não me lembrarei dos seus pecados. Diz o Senhor: Se não cumprirem esta aliança Israel deixará de ser uma nação para mim, para sempre.

Jr 32- Jeremias é preso pelo rei Sedecias, acusado de derrotismo, porque profetizou que a Babilônia invadiria Judá. Profecia de exílio e retorno.

Jr 33- Segunda profecia de Jeremias, ainda preso, da restauração de Jerusalém.
Jr 34- Oráculos recriminando Sedecias, por revogar a lei de alforria do escravo após sete anos de serviço.
Jr 35- Os recabitas fiéis às ordens de seu avô Recab (de não beber vinho, e morar em tendas) é citado como exemplo de fidelidade para Judá.

Jr 36- Jeremias dita seus oráculos para o profeta Baruc, depois os lê no templo, para ver se o povo se volta para o Senhor. O rei Joaquim soube, quis ouvir as profecias, as queimou, e mandou prender Jeremias e Baruc. O Senhor mandou Jeremias reescrever os oráculos, acrescentou outro com o castigo do rei, e mandou ler para o rei.

Jr 37- No tempo de Sedecias, os caldeus sitiaram Jerusalém, os egípcios vieram atacá-los, e os caldeus fugiram. O Senhor falou a Jeremias que os caldeus não iriam longe, que voltariam, e tomariam Jerusalém. Jeremias quis fugir para sua terra Benjamim, mas um guarda prendeu-o, pois achava que ele iria falar com os caldeus. O rei Sedecias o interrogou, e mudou sua sentença, deixando-o preso no pátio da prisão.

Jr 38- Jeremias continuou a profetizar, e o chefe do exército mandou jogá-lo na cisterna do pátio, que não era usada. Um eunuco sabendo disso pediu ao rei, que autorizou retirá-lo de lá, e o deixar no pátio. O Senhor aconselha ao rei se entregar aos caldeus, para evitar sua morte, e a queima de Jerusalém.

Jr 39- O rei Sedecias não ouviu Jeremias, e Jerusalém foi tomada, e incendiada. O rei fugiu, mas foi preso perto de Jericó. Mataram seus filhos e ministros, cegaram-no, e prenderam-no. Jeremias foi liberado e enviado por Nabucodonosor, para morar na casa de Godolias. (leia destruição do templo em Jr52).

Jr 40- (Outra versão da libertação de Jeremias). Diziam que Jeremias estava em Rama junto com os que seriam exilados, quando foi libertado pelos caldeus. Os caldeus nomearam Godolias governador de Judá, na cidade de Masfa. Godolias é alertado que alguns judeus queriam matá-lo.

Jr 41- Ismael mata o governador Godolias, seus assessores e os guardas caldeus, e é perseguido por Joanã.
Jr 42- O povo pretende se refugiar no Egito, mas o Senhor, através de Jeremias, aconselha a não ir.
Jr 43- O povo não obedece, e foge para Tafnis no Egito. Jeremias vai junto. E lá faz a profecia de que Nabucodonosor também vai invadir o Egito.

Jr 44- Jeremias faz profecia recriminando a idolatria do povo judeu no Egito, à ‘rainha do céu’. Mas eles não ouviram, e faziam suas ofertas a ela, como em Judá e Jerusalém. Jeremias diz que é por isso que estão sendo perseguidos, e escravizados.

Jr 45- Mensagem de Jeremias a Baruc
Jr 46- Oráculo sobre a invasão do Egito pela Babilônia.
Jr 47- Oráculo sobre a invasão de Gasa (filisteus) pelo Egito.
Jr 48- Oráculo contra Moab.
Jr 49- Oráculos contra Amon, Edom, Síria, Cedai, Asor e Elão.
Jr.50- Oráculo contra Babilônia. Ela será tomada por nações do norte, por causa de seus deuses Bel e Marduk. E Israel será libertado do cativeiro.

Jr 51- Continuação do oráculo contra Babilônia.

Jr 52- História da destruição de Jerusalém pelos Babilônios, no reinado de Sedecias.
 (Veja a história em Jr39, 2Cr36 e 2Rs25).
Os babilônios derrubaram o muro invadiram Jerusalém, e incendiaram os palácios. No templo, quebraram as colunas, o mar de bronze, os pedestais. Roubaram os objetos de bronze, ouro e prata (cinzeiros, pás, facas, bacias, colheres, bacias, braseiros, tigelas, caldeirões, castiçais, copos, doze bois).
Levaram cativos 4 600 pessoas em três levas (de 3 023, 832 e 745 pessoas). No 37º. ano de cativeiro o rei Joaquim foi libertado, e passou a ter um trono na Babilônia.

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VERSÃO DO LIVRO DAS LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS

Lm 1- O preço do pecado.
Como Jerusalém está abandonada! Agora ficou sujeita ao tributo. Ela chora à noite, e ninguém a consola, seus amigos se tornaram seus inimigos. Judá partiu para o exílio em dura servidão. Seus opressores vivem tranquilos, e seus príncipes fogem pelas pastagens, pois o Senhor a castiga, por causa de seus pecados. Graves foram os pecados de Jerusalém, ela geme e esconde o rosto, e não previa este fim. Quem passa pelo caminho, olhe e julgue se há dor igual à dela, foi o Senhor que esmagou no lagar a virgem, filha de Judá.

Lm 2- A função da igreja.
O Senhor precipitou a glória de Israel. Como um inimigo o destruiu. Quem vai te salvar filha de Sião? Seus profetas tinham visões balofas, não viram sua malícia, para poupar seu exílio. Seus oráculos eram mentiras.

Lm 3- O sofrimento de Jeremias.
Sou o homem que conheceu a dor. O Senhor me fez caminhar nas trevas, e aponta para mim todos os dias. A paz me foi roubada, nem sei mais o que é felicidade, e perdi a esperança no Senhor. Mas vou recuperar minha esperança. O Senhor é bom para quem confia nele. Espere no silêncio o socorro que virá, porque o Senhor não repele para sempre, não lhe alegra o coração humilhar e afligir os homens.

Lm 4- O pecado de Jerusalém.
Os profetas e sacerdotes perseguiam os justos. Por isso o Senhor abandonou Jerusalém, para os dispersar, e não vê-los mais.

Lm 5- Reconciliação.
Caiu a coroa da nossa cabeça. Desgraçados de nós porque pecamos. Reconduza-nos a ti Senhor, e voltaremos. Faça-nos reviver o tempo de outrora.
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VERSÃO DO LIVRO DE BARUC

Escrito na Babilônia no 5º ano do exílio.

Br 1- Motivo do exílio.
Os exilados enviaram dinheiro a Jerusalém para comprar animais, e oferecê-los em sacrifícios. Pediram orações para Nabucodonosor e seu filho Baltasar, e perdão para os cativos, pois pecaram contra Deus. Oração dos cativos:
‘O Senhor nosso Deus é justo. Nós de Jerusalém e Judá, reis e príncipes, sacerdotes e profetas, devemos ter vergonha, porque pecamos contra o Senhor. Não obedecemos as suas leis, e não ouvimos sua voz, dada pelos profetas. Servimos a deuses estranhos seguindo as inclinações perversas dos nossos corações'.

Br 2- Ação educadora de Deus.
O Senhor executou as ameaças de lançar sobre nós um castigo jamais visto em Jerusalém. Entregou-nos ao domínio dos reinos vizinhos, e nos tornou objeto de maldição. Assim passamos de senhores a súditos. Mas o Senhor foi justo em tudo que nos fez, já que não ouvimos seu aviso, te pedimos que desvie de nós sua cólera, e por seu amor nos salve. Faça-nos ser perdoados por nossos opressores. Porque não são os mortos que te rendem louvor e glória, mas a alma viva, por mais acabrunhada e triste que esteja.
O Senhor respondeu: Sei que não me escutam. É um povo teimoso. Contudo no exílio reconhecerão que eu sou Deus. Dar-lhes-ei um coração apto a compreender, e ouvidos que ouçam. E no exílio me louvarão, se lembrarão de mim, e aprenderão a me obedecer. Então os trarei de volta à terra prometida a seus pais, e serei o seu Deus e vocês o meu povo.

Br 3- Arrependimento e Sabedoria.
Senhor todo poderoso, Deus de Israel, que nos inspira o temor, e a necessidade de te invocar. Tende piedade! Pecamos contra vós que se senta num trono eterno, enquanto nós vamos para um aniquilamento definitivo.
Deus responde: Ouça Israel os mandamentos de vida, medite-os, aprenda a prudência. De onde vem Israel, que está em terra inimiga, se definha, e é contado entre os mortos? Não ouviu a fonte da sabedoria, e desprezou a paz. Aprenda onde se acha a prudência, o poder e a inteligência, e encontra a vida longa, felicidade, luz nos olhos e paz.
Responda: Onde estão os poderosos do passado? Desapareceram, estão no túmulo, e outros assumiram seus cargos.
E a Sabedoria? Ninguém a procura, mas ela está com Deus, que fez todas as coisas, e nenhum se compara a ele. Conhece a fundo os caminhos da sabedoria. Deu-a a Jacó e a Israel, seu favorecido, só então ela apareceu sobre a terra, e permanece entre os homens.

Br 4- Sabedoria e Conversão.
A Sabedoria é o mandamento divino e lei eterna, e todos que a seguem adquirem vida. Volte para ela Jacó, e a abrace. Caminhe ao seu encontro, não dê a outro esta glória. Bendito seja Israel, pois a ele foi revelado o que agrada a Deus.
Coragem povo meu, cujo nome é Israel. Foram vendidos por desobediência e infidelidade, e não para ser aniquilados. Jerusalém implora a seus filhos: Coragem filhos, e orem a Deus para que vos salve! Do Eterno espero libertação, e do Santo alegria, que nos concederá pela misericórdia. E quem viu a deportação, breve verá a libertação, porque quem vos feriu se lembrará de vocês! Afastaram-se de Deus, agora cuidem muito mais em procurá-lo, para ter a libertação, e alegria eterna.
Consolo de Jerusalém. Olhe para o oriente, veja a alegria que vem de Deus. Veja! Eis que voltam os filhos que viu partir. Chegam repletos de alegria dada pela glória de Deus.

Br 5- A Libertação dos cativos.
Jerusalém tire as vestes de luto. Vista-se da justiça que vem de Deus, e coloca um diadema de glória do Eterno. E seu nome é ‘Paz da justiça, e esplendor do temor a Deus!’ O Altíssimo os chamou, e eles se reúnem no oriente felizes por Deus ter se lembrado deles. Partiram a pé, e voltarão com honras reais. Serão abaixados os montes, nivelados os vales, e plantas perfumosas darão sombra a Israel, e ele passará com segurança. Na verdade o próprio Deus conduz Israel, que está radiante, por causa da justiça e da misericórdia do Senhor.

Br 6- Carta de Jeremias aos cativos na Babilônia.
a) Foi por sua desobediência que foram deportados para a Babilônia. Lá verão todo tipo de estátuas de deuses, que embora carregado nos ombros, inspiram temor a eles. Quanto a vocês, previnam-se, e não os imite, e quando os vir adorando-os, diga ao Senhor ‘É só a vós Senhor que devemos adorar’.
b) imagens.
As imagens de deuses têm língua, mas não falam. São enfeitados com adereços de ouro, muitas vezes roubado. Não se defendem da ferrugem e da traça. Devem ser limpos da poeira. Têm cetro, mas não julgam. Vocês não têm o que temer deles. O sacerdote precisa fechar o templo, para não serem roubados. Animais e aves passam, e pousam sobre eles. Nota-se que não são deuses. Foram comprados por preço exorbitante, mas não tem vida, e precisam ser carregados, pois não andam. Seus servos deveriam se envergonhar, pois quando caem no chão precisam ser pegos. Recebem as oferendas, mas quem as usa é o sacerdote. Como chamá-los de deus? Trazem-lhe um mudo para ser curado por um deus que não fala. Num incêndio, ou em tempo de guerra os sacerdotes têm que escondê-los para não serem destruídos. Mesmo sabendo disso os fiéis não deixam de lhes pedir, pois são fracos de inteligência.

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VERSÃO DO LIVRO DE EZEQUIEL

Ez -1 Visões do carro de fogo.
No quinto ano de cativeiro, (Ezequiel) estava perto do rio, quando o céu se abriu, e tive visões de Deus. Vi uma nuvem avermelhada vindo do norte, que criava um vendaval. No seu interior brilhava um fogo, e havia quatro seres semelhantes ao homem. Cada um tinha quatro faces (homem, leão, boi e águia), quatro asas, quatro braços sob as asas, pernas retas, pés como de boi, que brilhavam como cobre polido. Ao se mover não giravam o corpo, mas davam voltas. Quando pousaram houve mais luzes e relâmpagos, então vi que cada um estava sobre um disco, que parava, e se movia rente ao chão em qualquer direção. Tinha uma cobertura de cristal, e eles ficavam dentro. Quando se movia fazia um barulho como uma multidão.

Ez 2- Visão do livro.
Uma voz disse: Filho do homem, te envio aos filhos de Israel, aqueles que têm coração insensível, semblante duro, e se rebelaram contra mim. Diga-os que há um profeta no meio deles. Então vi uma mão que estendia para mim um livro de lamentações, suspiros e ais.

Ez 3- Depois me disse: Filho do homem, come este livro, e vai falar a Israel que você foi enviado a eles. Se eles não te ouvirem, é porque não querem me ouvir. Você será o vigia de Israel, e tudo que eu falar você fará, se não fizer será culpado dos erros que poderiam ser evitadas.

Ez 4- Profecias sobre a tomada de Jerusalém.
O Senhor disse que Israel será cativo por 390, e Judá por 40 dias de anos. Que Jerusalém será cercada por trincheiras, e que terão racionamento de pão e água, e se desentenderão.

Ez 5- Vou espalhar Jerusalém entre as nações vizinhas, porque não seguiu minha lei. Vão passar privações e necessidades, e morrerão pela peste, a fome e a espada.

Ez 6- Idolatria.
Diz o Senhor: Destruirei seus ídolos, os lugares altos, os altares, e imagens do sol. Matarei todos, mas vou deixar um remanescente que irá para o exílio. Eu sou Javé. Quando virem os mortos e os ídolos ao redor dos altares nos morros e debaixo das árvores onde me traíam com seus ídolos, saberão que cumpro as ameaças que faço.

Ez 7- Profecia sobre a desolação de Israel.
O Senhor disse: Chegou o fim de Israel, vou julgá-lo pelo seu proceder e suas abominações. Não pouparei nada, nem terei piedade dele, e saberá que eu sou Javé. Nem a prata, nem o ouro os livrarão neste dia, pois não enchem o estômago. A destruição vem, buscarão a paz, mas encontrarão miséria sobre miséria. E tudo isto por causa da sua infidelidade.

Ez 8- Idolatria de Israel.
O Senhor, da cintura para baixo era como fogo, e para cima, resplendor. O Espírito me levou a Jerusalém até a entrada da porta norte no pátio interno do templo onde estava a imagem do ídolo, que provocou a ira. Mostrou-me as pinturas dos ídolos de Israel na parede, e anciãos de Israel queimando incenso para répteis e animais abomináveis. E diziam: ‘Javé não nos vigia, ele abandonou a terra’. Mostrou-me mulheres chorando pelo deus Tamuz, e homens de costas para o templo adorando o sol.

Ez 9- O castigo de Jerusalém.
Vi seis homens com armas destruidoras na mão indo matar os infiéis. Um deles se vestia como um escriba.

Ez 10- Reencontro no templo.
Vi no templo os mesmos seres de quatro faces que vi no rio, com seus discos de cobertura de cristal. A nuvem encheu o átrio interior, e o átrio se encheu da glória de Javé.

Ez 11- Profecias para Israel.
O Espírito me levou à porta do templo onde vinte e cinco homens davam maus conselhos ao povo, dizendo: ‘Esta cidade é o caldeirão e o povo, a carne do sacrifício’. E: ‘Afaste-se de Javé, pois esta terra já é nossa’. Javé lhes enviará a espada e o cativeiro.
Disse Javé: Depois do cativeiro reunirei Israel, lhe darei um só coração, e porei nele um espírito novo. Trocarei o coração de pedra, por um de carne, para que guarde minhas leis. E eu serei seu Deus, ele meu povo. Os querubins, os discos e a glória de Deus voaram para o oriente. E o Espírito me trouxe de volta à Caldeia  no cativeiro, e contei o que Javé me mostrou.

Ez 12- Profecias para Israel.
Disse o Senhor: Filho do homem, meu povo é rebelde. Tem olhos, mas não vê, tem ouvidos, mas não ouve. Muda para outro lugar, e diz ao povo: Eu sou o sinal, assim lhe fará o Senhor. Livrará alguns da espada, da fome, e da peste, mas irão para o cativeiro, e lá vão contar sua infidelidade às nações. Assim saberão que eu sou Javé.
Filho do homem, come seu pão com medo, e bebe sua água assustado, e diz ao povo: Assim comerão o pão, e beberão a água. Porque as cidades serão arrasadas, e a terra desolada. Assim  saberão que eu sou Javé.
O povo diz: ‘Vive-se mais, mas se perde a visão’. Mas eu vou mudar o provérbio para: ‘Vive-se pouco com toda a visão’. Porque não haverá mais visão, nem adivinhação, em Israel. Diz o Senhor: ‘Cumprirei minha palavra’.

Ez 13- Falsos profetas.
Filho do homem diga aos profetas de Israel que eles são loucos, falam por si, e seguem seu espírito! Dizem vaidades, e fazem adivinhações mentirosas. Mas castigarei estes profetas.

Ez 14- Idolatria e profecia.
Filho do homem, estes homens criam ídolos nos corações, e depois vêm me consultar. Minha resposta será castigo de fome e morte. Se Noé, Daniel e Jó estivessem no meio deles, só eles se salvariam. Convertei-vos, deixem seus ídolos, e sejam fiéis. Se o falso profeta falar alguma coisa, eu o enganarei para castigá-lo; ele e quem o consultar.

Ez 15- A vinha estéril.
Filho do homem, a lenha da videira só serve para o fogo. Assim entregarei os habitantes de Jerusalém para o fogo. E desolarei a terra porque foram infiéis.

Ez 16- Jerusalém, a esposa infiel.
Filho do homem, mostre o pecado de Jerusalém. Diz a ela: Você é cananeia, seu pai amorreu e sua mãe heteia. Nasceu, e foi abandonada. Quando cresceu ficou formosa. Quando te vi estendi meu manto, e cobri sua nudez. Fiz aliança contigo, e passou a ser minha. Tratei de ti, te cobri de jóias. Sua fama de formosa correu mundo, mas se corrompeu, e me traiu. Tudo que te dei ofereceu a outros deuses. Vou te julgar como adúltera. Vou te entregar aos pagãos, e eles derrubarão seus altares, tomarão suas jóias, e te despirão. Vou quebrar nossa aliança. Livrarei do cativeiro suas irmãs Samaria e Sodoma, e as dar-te-ei como filhas, para que se envergonhe do que fez. Depois te perdoarei.

Ez 17- a) Alegoria comparando a Babilônia e o Egito com grandes águias, e Israel uma videira e cedro.
b) O rei da Babilônia veio atacar Jerusalém, e o rei de Israel pede ajuda ao Egito. Javé queria que fizessem acordo, e ele não fez. Então Israel será vencido, e irá cativo para a Babilônia.

Ez 18- O justo.
Por que dizem: ‘Os pais comem uva verde, e os dentes dos filhos se escurecem’? Todas as vidas são minhas, e quem pecar é que morrerá. O homem justo viverá. E o justo não segue ídolos, respeita a mulher do outro, não oprime, devolve o penhor ao devedor, não rouba, dá o pão ao faminto, veste o nu, não empresta com usura, não comete injustiças, faz justiça, segue o mandamento de Deus. Se o ímpio se arrepender dos pecados que cometeu, se converter, e seguir a lei, ele viverá. Não desejo a morte do ímpio, mas desejo que ele se converta, e mude de vida. Se o justo se desvia e peca, ele morrerá.

Ez 19- Cântico fúnebre para os príncipes de Israel.
Quem foi tua mãe? Uma leoa que criou seus filhotes entre os leões. Um deles aprendeu a caçar, e devorou homens, mas foi levado preso ao Egito. Outro filhote aprendeu a caçar, e devorou homens, destruiu cidades, assolou a terra, mas foi preso, e levado à Babilônia.

Ez 20- Infidelidade de Israel.
Filho do homem, diga aos anciãos: Eu escolhi Israel, descendência de Jacó, e me apresentei a eles no Egito, como: ‘Eu sou Javé seu Deus’. HISTÓRIA DE ISRAEL, idolatria e castigos.

Ez 21- Por causa da idolatria, diz o Senhor: Vou castigá-los vou separar o justo e o perverso com a espada. O rei da Babilônia está na encruzilhada que leva a Rabat ou a Jerusalém, mas primeiro será Jerusalém.

Ez 22- Os crimes de Jerusalém.
Ah! Cidade que espalha o sangue pelas ruas, e que se suja com ídolos. Será deixada ao ultraje das nações.

Ez 23- A idolatria de Oolá (Samaria) e Ooliba (Jerusalém).
Samaria se prostituiu com os ídolos do Egito, e sua irmã mais nova Jerusalém se prostituiu ainda mais com os Assírios. E elas serão escravas nas terras destes deuses.

Ez 24- Parábola sobre a tomada de Jerusalém pelos Babilônicos.
Ez 25- Oráculos sobre a invasão de Amon, Moab, Edom, Filistéia.
Ez 26- Oráculo sobre a invasão de Tiro.
Ez 27- Cântico fúnebre sobre a queda de Tiro.
Tiro é um navio de beleza perfeita, e seu domínio é o mar. Tem quilha de cipreste, mastro de cedro, remos de carvalho, bancos de marfim, e velas de linho. Quem era igual Tiro? E agora está muda no meio do mar.

Ez 28- a) Filho do homem, diga ao rei de Tiro. ‘Seu coração se elevou, e quer ser um deus. De fato é muito inteligente, e adquire bens pela habilidade comercial, mas não é um deus. Por isso Tiro será tomada, e você morrerá.
b) Cântico fúnebre ao rei de Tiro. Era um selo perfeito, cheio de sabedoria, e beleza. Estava no Jardim do Édem, coberto de riquezas. Era um querubim protetor irrepreensível, mas se encheu de violência e pecado, e seu coração se encheu de orgulho. Então te fiz cair, e foi um espetáculo que surpreendeu a todos.
c) Oráculo sobre a tomada de Sidon.

Ez 29- Oráculo contra o Egito
O faraó Egito diz que ‘O Nilo é meu, eu que o fiz’. Vou te lançar no deserto, e o Egito saberá que eu sou o Senhor. Darei o Egito a Nabucodonosor, como presente por invadir Tiro, pois é para mim que ele trabalha.

Ez 30- Oráculo sobre a invasão do Egito e Etiópia.
Ez 31- Oráculo sobre a invasão do Egito pela Babilônia.
A Assíria é um cedro alto e de muitos galhos, que domina o campo. Como o cedro foi derrubado, assim acontecerá com o faraó. Se a Assíria foi invadida, o Egito também será .

Ez 32- Cântico fúnebre para o faraó e o Egito.
O Jovem leão das nações pereceu! Era igual ao crocodilo, se lançava nos rios, e agitava as águas.

Ez 33- a) A salvação.
Filho do homem, você é o vigia de Israel. Se ouvir um oráculo, e não o transmitir, será culpado pelo que ocorrer de ruim. Diga aos israelitas: ’São nossos pecados que pesam sobre nós, por isso sofremos’.
Diz o Senhor: Não tenho prazer na morte do pecador, mas quero que se converta para não morrer. Converta-se! Saia do mau caminho que segue. Se o justo pecar perderá a salvação. Porque ele não deve confiar na sua justiça, e pecar. E se o pecador se tornar justo, se salvará.
b) A Terra Prometida.
Os israelitas dizem: ‘Abraão conquistou estas terras, e nos deu por herança’.
Filho do homem, diz a eles. Vocês acham que tem a posse da terra, mas pecam quando comem carne com sangue, seguem os ídolos, e matam. Não vocês não têm a promessa, porque ouvem o profeta, e não fazem o que diz, fazem o que lhes dá proveito. Mas vou lhes castigar, e saberão que há um profeta entre vocês.

Ez 34- Oráculo sobre os pastores infiéis.
a) Filho do homem, profetiza para os pastores de Israel. Os pastores em vez de cuidar do rebanho, cuidam de si. Usam a lã e o leite, mas não cuidam da ovelha fraca, doente, ferida, não procuram a perdida, e a espalhada. Tratam-nas com violência e dureza, e elas se dispersam, vagueiam, e são devoradas. Ninguém cuida delas. Vou castigar estes pastores.
b) Diz o Senhor Javé: Vou cuidar das minhas ovelhas, eu as vigiarei. Trarei para seu lugar de origem, as apascentarei em pasto abundante com justiça. Suscitarei meu servo Davi para pastoreá-las. Eu serei seu Deus, e meu servo será um príncipe.

Ez 35- Oráculo sobre Edom.
Ez 36- Restauração de Israel.
Montes de Israel lancem seus ramos, e dêem frutos para meu povo, pois sua volta está próxima. Volto-me para vocês, serão semeados, e cultivados, de novo. As cidades serão reconstruídas e repovoadas. Tornarei meu povo mais próspero, assim reconhecerão que eu sou o Senhor. Não é por vocês que farei isso, pois não merecem, mas pela honra do meu santo nome, que profanaram. Quero mostrar minha santidade em relação a vocês. Ao chegarem os purificarei, e lhes darei coração e espírito novos para seguirem minhas leis. Será o meu povo, e eu serei o seu Deus. Os campos darão muito trigo e frutos, e não haverá mais fome. Se lembrarão da sua traição, e se desgostarão de si por causa do seu pecado. Quero que se arrependam, que se envergonhem da sua infidelidade, e se convertam para mim, pois saberão que eu sou o Senhor.

Ez 37- Alegoria dos ossos secos.
O Senhor me arrebatou, e me levou a uma local coberto de ossos secos. Perguntou: ’Esses ossos poderão voltar a viver?’. E disse: Ossos secos, vou fazer entrar em vocês o sopro da vida, e viverão. Ordenou, e os ossos começaram a se mover, e se encaixar. Formaram-se músculos e pele, mas não tinham espírito. E o Javé disse: Vem espírito e reviva-os. E eles se levantaram, e formaram uma multidão.
Filho do homem, estes são os filhos de Israel. Vou lhes dar meu espírito, eles reviverão, e saberão que sou o Senhor. Vou unificar Judá e Israel, e meu servo Davi será rei. Terão um só pastor, e obedecerão minhas leis.

Ez 38- Oráculo contra Gog, príncipe de Mosoc e Tubal.
Ez 39- Segundo Oráculo contra Gog, da terra de Magog.
Ez 40 a 42- Visão do novo templo.
Ez 43 e 44- Visão do novo altar e novas leis cerimoniais.
Ez 45 a 48- Partilha da terra e oferendas.

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VERSÃO DO LIVRO DE DANIEL

Dn 1- História.
No reinado de Joaquim em Judá, Nabucodonosor rei da Babilônia, tomou Jerusalém. Levou para Senaar, o rei, jovens inteligentes e parte dos objetos do templo. Entre eles estavam Daniel, Ananias, Misael e Azarias, que receberam os nomes caldeus de Baltazar, Sidrac, Misac e Abdênago. Daniel decidiu não se contaminar com os alimentos, e solicitou uma dieta só de legumes e água. Deus os abençoou. Daniel também interpretava visões e sonhos. O rei os escolheu para o serviço, e em pouco tempo já os considerava melhores que os caldeus.

Dn 2- Daniel decifra o sonho do rei.
a) o sonho da estátua.
Nabucodonosor teve um sonho, e queria que seus mágicos adivinhassem qual era, mas não o fizeram, e por isso seriam mortos. Daniel interveio, e para evitar as mortes, se propôs a adivinhar. Daniel e os amigos se puseram em oração, e Deus lhe revelou o enigma.
Na presença do rei Daniel falou: Os sábios não souberam revelar, mas Deus revela as coisas que devem acontecer. O rei sonhou com uma estátua, cuja cabeça era de ouro, tronco de prata, quadril de bronze, pernas de ferro, e pés de ferro e barro. Uma pedra rolou sobre os pés da estátua, esmigalhou-ou, e depois toda ela.
b) A interpretação. O senhor é o rei, e Deus lhe deu realeza, poder e domínio sobre os homens. O seu reino é a cabeça de ouro da estátua. Depois surgirá um reino menor o de prata, depois outro de bronze. Um quarto reino será forte como o ferro. Os pés de barro mostram que este reino será dividido, e se enfraquecerá.
c) O Messias.
A pedra que rolou sem ação do homem, e destruiu a estátua, significa que no tempo do quarto reino, Deus iniciará um reino que destruirá os outros, e jamais será destruído, e sua soberania não passará a outro.
Daniel diz ao rei, que Deus é grande, e revela ao rei os acontecimentos. O sonho é exato, e a interpretação digna de fé. O rei atirou-se por terra e disse: ‘vosso Deus é mesmo o Deus dos deuses, e Senhor dos reis, e revelador de mistérios’. E nomeou Daniel, governador da Babilônia e chefe dos sábios.

Dn 3- Os três jovens na fornalha.
a) a estátua
O rei fez uma estátua dele, e convidou as autoridades para a inauguração. Quando tocarem os instrumentos,  todos devem se curvar diante da estátua em adoração. Alguns caldeus vieram informar ao rei que os jovens judeus não adoraram a estátua. O rei mandou prendê-los, amarrá-los e jogar na fornalha acesa. Daniel não estava entre eles, e foram jogados na fornalha. Os soldados que os jogaram morreram queimados pelas chamas. Os três jovens passeavam no fogo, oravam, louvavam e bendiziam a Deus.

b) oração de Azarias (trecho apócrifo para os evangélicos).
O Senhor seja bendito e louvado, Deus de nossos pais! Que seu nome seja glorioso pelos séculos! O Senhor é justo, seus caminhos são retos e seus juízos perfeitos. Foi por sua justiça que estamos aqui no cativeiro, pois pecamos ao nos afastar do Senhor, e agimos mal não obedecendo as suas leis. Entregou-nos a um inimigo injusto, ao rei mais perverso da terra, porque Deus é justo. Mas por amor ao seu nome, não nos abandone neste momento. Que o arrependimento de coração e a humilhação do espírito nos permita sua benção, pois os que confiam no Senhor não se decepcionam. Execute um prodígio, e nos salve do fogo, seu nome se cobrirá de glória, e saberão que o Senhor é o Deus único na terra. Então o Senhor abriu um vão no meio do fogo, e este não tocava nenhum dos três, nem fazia mal .

c) os jovens louvam (trecho apócrifo para os evangélicos).
Seja bendito o Senhor, Deus de nossos pais, digno de louvor e toda glória! Seja bendito o seu santo nome glorioso, digno do mais alto louvor e de eterna exaltação!
Obra do Senhor, bendiga-o, louva-o, e exalta-o eternamente!
Tudo o que há, bendiga-o, louva-o, e exalta-o eternamente!

d) Discurso do rei.
Nabucodonosor admirou-se, pois foram lançados três pessoas, mas ele via quatro, dançando na fornalha. Foi à porta da fornalha, e os chamou pelos nomes para saírem. Os convidados da festa estavam presentes, e viram que os jovens saíam ilesos, e nem odor do fogo tinham. Então o rei disse: Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago! Ele enviou seu anjo para salvar seus servos, que não adoram outro deus que não o seu.

Dn 4- O poder de Deus. O sonho da árvore.
Nabucodonosor sonhou com uma árvore que tocava o céu, muito bonita e com frutos. Um anjo veio e mandou desgalhar a árvore só deixando o tronco, e pediu para trocar seu espírito para viver entre os animais. Daniel interpretou o sonho dizendo, a árvore é o rei, grande e poderoso, que será expulso, viverá entre os animais, e comerá capim do campo. O tronco foi deixado, porque depois o rei voltará a ser rei. Passado dez meses o sonho se realizou. Nabucodonosor enlouqueceu, e viveu como animal pelo tempo determinado, depois voltou à razão. Então louvou a Deus dizendo que diante de Deus nenhum habitante da terra é importante. Deus age como quer com os habitantes do céu e da terra. Eu louvo, exalto e glorifico ao rei do céu, cujas obras são justas, os caminhos são retos, e tem o poder de humilhar os orgulhosos.

Dn 5- O rei Baltazar
O rei Baltazar, filho de Nabucodonosor, fez uma festa, e mandou servir o vinho com os vasos de ouro tirados do templo de Jerusalém, e louvaram aos deuses pagãos. Então surgiram dedos de uma mão, e escreveu na parede. O rei se assustou, e chamou os magos, mágicos e astrólogos, que não acalmaram o rei, nem decifraram as palavras. Chamaram Daniel, que explicou: Porque vocês usaram as taças do templo para beber e louvar outros deuses, Deus disse Menê, Tequel, Peres, que significa: Deus contou os anos do deu reinado, e ele chegou ao fim; o rei foi pesado, e está leve demais; e o seu reino será entregue aos medas e persas. Daniel foi condecorado, e Baltasar morreu na mesma noite.

Dn 6- Daniel na cova dos leões.
O Rei Dario da Média conquistou a Babilônia. Daniel foi designado ministro e chefe dos vice-reis (sátrapas), e o rei queria colocá-lo como assessor. Os ministros e os vice-reis invejavam Daniel, e lhe armaram uma cilada. Persuadiram o rei fazer uma lei que todas as orações do mês deveriam ser para ele, não para outro deus, e quem desobedecesse seria jogado na cova dos leões. Daniel orava três vezes ao dia voltado para Jerusalém. Seus inimigos vigiaram, e pegaram-no orando a Deus, então foram ao rei, e relataram o fato. O rei queria salvar Daniel, mas não conseguiu, e ele foi lançado na cova. O rei preocupado não dormiu, e de manhã foi à cova e perguntou. Daniel, servo de Deus, seu Deus que você adora com fidelidade te salvou dos leões? Daniel respondeu. Vida longa ao rei! Meu Deus enviou seu anjo, e fechou a boca dos leões. O rei feliz mandou tirar Daniel da cova, e jogar nela seus acusadores, que foram devorados pelos leões.
Então o rei Dario escreveu a todos os povos ordenando que se respeite o Deus de Daniel com temor, pois ele é o Deus vivo, seu reino é indestrutível, e seu domínio é eterno. Ele salva e livra, faz milagres e prodígios no céu e na terra.

Dn 7- Sonho dos quatro animais.
Daniel sonhou com um grande mar, e de suas águas saíram quatro animais. Um leão com asas de águia, um urso, uma pantera com quatro asas pequenas e quatro cabeças, e uma fera medonha com dentes de ferro, garras de bronze e dez chifres com olhos humanos e boca arrogante. Três destes chifres foram arrancados por um outro chifre menor que surgiu. Colocaram tronos, e um ancião de roupas brancas se sentou. Era um tribunal, e muitas pessoas assistiam a audiência. A fera foi morta, jogada no fogo, e os demais animais perderam o domínio, mas não morreram. O filho do homem veio sobre uma nuvem, em direção ao ancião, e a ele foi dado o poder sobre todos os povos, e seu reino será eterno.
Perguntei a um assistente, e ele disse que os animais eram quatro reinos, a fera é um reino com dez reis, e o chifre que surgiu é um rei que destronará três deles. Proferirá insultos contra o Altíssimo, e dominará os santos durante um tempo, tempos e meio tempo. Mas será destruído, e a realeza e poder serão devolvidas ao povo do Altíssimo. (Veja Dn12,7).

Dn 8- Visão do carneiro e o bode.
Daniel viu um carneiro com chifres grandes, mas um maior que o outro, o maior fazia o que queria, e crescia. Veio um bode do ocidente, que tinha um chifre entre os olhos, e atacou o carneiro e o matou. O bode tornou-se muito grande, seu chifre quebrou, mas nasceram outros quatro. De um deles nasceu um chifre pequeno, que cresceu até chegar ao chefe dos astros do céu, e destruiu seu santuário. O santuário será reconstruído depois de 2 300 dias. Apareceu Gabriel, e me explicou que isto significava o  final do tempo. O carneiro é a Média e Pérsia, o bode é o rei de Javã (Grécia-Macedônia), que se separará em quatro reinos menores. Um destes reis devastará Israel.

Dn 9- Oração de Daniel.
a) Daniel lendo o livro de Jeremias viu que a desolação de Jerusalém seria de setenta anos (Jr25,11). Então orou: Senhor Deus grande e temível, fiel a sua aliança, que tem misericórdia dos que te amam, e guardam os mandamentos. Pecamos sendo injustos e rebeldes, e não ouvimos os profetas, que em teu nome falaram. A ti Senhor pertence a justiça, a misericórdia e o perdão, e a nós a vergonha. O Senhor foi justo neste castigo, pois não te ouvimos. Ouça ó Deus, veja nossa desolação, porque contamos com sua misericórdia e não com a nossa justiça.

b) Resposta do Anjo Gabriel.
O anjo Gabriel veio, e disse: Daniel vim te explicar a profecia. Setenta semanas é o tempo determinado para o povo e a cidade santa pagar seus pecados, para depois ungir o Santo dos Santos. Saiba que desde a ordem para restaurar Jerusalém até a vinda do Ungido (Ciro), serão sete semanas, mais sessenta e duas semanas para a reedificação. E nesse dia um ungido será morto, e a cidade e o templo serão destruídos novamente.

Dn 10- Profecia de que a Pérsia e a Grécia vão dominar Israel.
À beira do Rio Tigre, vi um homem vestido de linho, tinha o rosto e os olhos brilhantes, desmaiei ao vê-lo, e meus amigos fugiram. Ele me levantou, e me reanimou. Depois me disse: Volto agora para lutar contra o chefe da Pérsia, e quando eu terminar virá o chefe de Javã (Grécia-Macedônia)

Dn 11- Profecias de guerras, e da profanação do templo.
E continuou a dizer: Haverá mais quatro reis na Pérsia, o último será o mais rico, mas entrará em guerra com Javã (Macedônia), e será conquistado . O novo reino logo será desmembrado. O rei do sul (Egito) será poderoso, e seu general formará outro reino no norte (Síria). A filha do rei do sul se casará com o filho do rei do norte, mas será morta. O reino do sul invadirá o do norte, e o vencerá. Haverá mais um ataque de cada reino. Então o reino do norte, terá como rei um homem vil e sem dignidade (Antíoco Epífanes), que atacará o reino do sul por duas vezes (Israel fica no meio destes reinos). E ele profanará o templo em Jerusalém, consagrando-o ao seu deus (Júpiter).

Dn 12- O tempo final (Veja Dn7,24s).
E disse ainda: No final do tempo virá o anjo Miguel, e salvará aqueles que estão inscritos no livro. Isto será num tempo, tempos e na metade de um tempo, no momento em que a força do povo santo for rompida. Ele será 1 290 dias depois da profanação do templo.

Dn 13- História de Suzana (apócrifo para os evangélicos).
Joaquim, homem rico, desposou Suzana, que era formosa e piedosa, educada segundo Moisés. Alguns judeus se reuniam em sua casa. Havia dois juízes iníquos, que ao verem Suzana se apaixonaram por ela. Combinaram se esconder nos jardins para surpreendê-la na hora do banho. E assim fizeram, mas ela os recusou, e eles prometeram dizer que a surpreenderam  com um jovem . Começaram a gritar chamando à atenção de todos. No dia seguinte os dois juízes acusaram Suzana, e ela foi condenada à morte. Ela orou em voz alta a Deus confessando-se inocente. Então o Senhor suscitou seu espírito em Daniel que passou a defender Suzana da morte.  faria um novo julgamento. Interrogou os dois juízes separadamente. Perguntou ao primeiro, debaixo de que árvore Suzana encontrou o jovem? Ele respondeu, debaixo do lentisco. Chamou o segundo, que falou que foi debaixo do carvalho. Quem assistiu ao julgamento viu que os juízes mentiram, e o condenaram. Depois agradeceram a Deus por salvar quem confiava nele.

Dn 14- Os deuses Bel e Dragom (apócrifo para os evangélicos).
a) História de Bel.
Na Babilônia tinha um ídolo chamado Bel, e o rei queria que Daniel o adorasse, mas Daniel se recusou, e disse que adorava o Deus vivo, e não estátuas. Então o rei disse que Bel era vivo, pois comia muito, e dava uma grande despesa. Daniel riu, e disse que não acreditava. O rei chamou os sacerdotes, e estes afirmaram que Bel comia os alimentos. Como Daniel duvidava combinaram que à noite o rei colocaria os alimentos no templo, e lacraria a porta, e de manhã viria olhar se eles foram consumidos. E assim fizeram, mas Daniel foi com o rei, e antes de saírem do templo espalhou cinza no piso, e saíram sem deixar marcas. De manhã foram verificar, e perceberam marcas de passos no chão. O rei chamou os sacerdotes que confessaram que roubavam os alimentos. O rei mandou matar os sacerdotes, e quebrou a imagem de Bel.

b) História de Dragom.
Na Babilônia havia um dragão venerado como deus, e o rei queria que o adorasse, porque era vivo. Daniel disse: este dragão eu mato sem espada nem porrete. O rei disse: faça isso, senão você morre. Daniel pegou gordura, breu e lã, colocou numa panela, e derreteu. Deixou esfriar, fez bolas, e deu para o dragão comer. Mais tarde o dragão morreu de indigestão. O povo ficou indignado porque o rei quebrou Bel, matou o dragão e os sacerdotes, por causa do Deus de Daniel.

c) A cova dos leões.
Pegaram Daniel, e jogaram na cova de leões famintos. Um anjo trouxe o profeta Habacuc de Jerusalém com a refeição que preparava, e deu a Daniel que sobreviveu por sete dias, e os leões não o atacaram. Então o rei foi ver o que aconteceu, e deparou com Daniel vivo na cova dos leões, mandou retirá-lo, e jogou lá os que lhe haviam condenado; e os leões os devoraram. O rei agradeceu, louvou ao Deus de Daniel, e ordenou que todos o reverenciassem, porque Ele é um salvador que opera sinais e prodígios em toda a terra.


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